Poéticas Híbridas: Bando de Teatro Olodum + Butô de Tadashi Endo nos entre-lugares da criação cênica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Lírio, Vinícius da Silva
Orientador(a): Oliveira, Érico José Souza de
Banca de defesa: Santos, José Antonio Saja Ramos Neves dos, Rangel, Sonia Lúcia, Quintana, Haenz Gutierrez, Santos, Gláucio Machado
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: em Artes Cênicas
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/15474
Resumo: O presente estudo apresenta uma série de reflexões deflagradas no contato com a poética do espetáculo DÔ, do Bando de Teatro Olodum com direção do mestre de butô Tadashi Endo. Desenvolvido durante o ano de 2012, esse processo criativo constituiu-se como espaço-tempo de entrecruzamento e atualização de matizes culturais diversos, por meio de um projeto dinâmico que hibridizou princípios de uma prática específica de butô, a de Tadashi Endo, e os traços de uma teatralidade profundamente marcada pelas culturas que a atravessam, aquela do Bando. Considerando essa rede transcultural, as articulações desenvolvidas no decorrer dessa tese sinalizam alguns traços e desdobramentos daquilo que se reconheceu, aqui, como Poéticas Híbridas. Para tanto, foi realizada uma abordagem dessa poética enquanto ato criativo em processo, a partir da apreciação dos rastros da criação, sua maior parte em registro audiovisual, entrevistas com os sujeitos dessa obra, materiais publicados pelos mesmos e expectação do espetáculo em si, a fim de identificar os fenômenos implicados nessa montagem. Junto a isso, os pensamentos de alguns estudiosos das Artes Cênicas, dos campos das culturas e Ciências Humanas, bem como, filósofos, foram basilares para a abordagem e os desdobramentos reflexivos implicados nesta tese, a citar: Christine Greiner (1998; 2000; 2005), no que tange aos estudos do corpo e do butô; Sônia Azevedo (2009) e Lúcia Romano (2008), no que se refere às discussões acerca do lugar do corpo e de seus fenômenos na cena; Stuart Hall (2003a; 2003b; 2006), Homi Bhabha (1996; 2010) e Nestor G. Canclini (1982; 2011), cujos estudos versam sobre os processos identitários e culturais no contexto dos campos híbridos e das nações pós-modernas; Michel Maffesoli (2008; 2007), cujo pensamento sugere diferentes formas de lidar com os fenômenos socioculturais; estudiosos como Jean-Pierre Ryngaert (1995; 1998), Patrice Pavis (2010a; 2010b; 2008) e Sílvia Fernandes (2010), que trazem reflexões importantes para pensar os projetos poéticos na cena contemporânea; por fim, dentre outros, vale citar o nome de Cecília de Almeida Salles (2008; 2009), cujos estudos contribuíram em muito para a abordagem metodológica dessa pesquisa. As articulações desenvolvidas no corpo dessa tese foram desencadeadas a partir de questões relacionadas à poética em si, isto é, seus processos e procedimentos, seu espaço-tempo e os sujeitos nela envolvidos, com o intuito de construir uma rede de pensamentos considerando o modo como foram estabelecidas as conexões, os agenciamentos e mediações entre os desejos, discursos e culturas envolvidas no processo criativo. Esse estudo acabou por mapear os vetores (procedimentos, movimentos, memórias, discursos, práticas, etc.) que, articulados, constituíram essa poética do Bando e de Tadashi. Nesse caminho, foram realizadas uma série de reflexões sem, no entanto, encerrá-las, o que faz deste um estudo de ideias provisórias.