Um compor-emaranhado: composição, teoria e análise ao longo de linhas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Rios Filho, Paulo
Orientador(a): Lima, Paulo Costa
Banca de defesa: Nogueira, Marcos Vinícius, Robatto, Lucas, Miranda, Wandeilson
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Escola de Música
Programa de Pós-Graduação: PPGMUS
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/26344
Resumo: O presente trabalho surgiu, inicialmente, ao longo de um percurso de interesse, observação e acompanhamento de meu próprio processo criativo, através do emprego de certas estra- tégias e ferramentas etnográficas (e.g., diário de campo, gravações, entrevistas, rascunhos, anotações, etc), buscando a análise desse processo e, por fim, a reflexão/transformação do (meu) próprio compor. O caminho trilhado, ele mesmo, acabou apontando na direção de outros percursos, que foram, assim, também traçados: a) uma revisão do estatuto de pesquisa em composição musical, nos termos da existência de um circuito incessante (e de velocidades e ritmos variados) da teoria com a prática; b) a reflexão acerca da teoria do compor, vista, à luz desse circuito, enquanto ‘teoria de um compor com o mundo’—esforço de contemplação e fala feito ao longo de linhas de criação que integram os processos vitais não somente de um compor, mas também do emaranhado de trajetórias, forças, e fluxos do mundo; c) uma discussão mais direta sobre esse percurso de interesse, observação e acompanhamento do processo criativo, no sentido de associar esse trajeto a uma prá- tica de ‘viagem atentiva’ feita ao longo das linhas e forças de um fazer-música (de uma ‘obra’, de uma sessão de improvisação, de um compor, etc); e d) o que, por fim, acabou resultando na criação das (anti-)análises da tese, que, a partir dessa viagem de atenção e acompanhamento feita com o processo e com a ‘obra’ analisados, são elas próprias a extensão dos fluxos de criação perseguidos, como uma continuação desse emaranhado ‘obra-processo’ investigado. No que tange, primeiro, a pesquisa em composição musical e o circuito teoria/prática, o que é rascunhado é uma espécie de metateoria do compor, considerada em torno da noção de composicionalidade, de Paulo Costa Lima, bem como de alguns estudos recentes na área da ‘pesquisa artística’ e da ‘prática como pesquisa’. Depois, já com relação ao tecimento da ideia de uma teoria feita ‘com um compor com o mundo’, é o antropólogo britânico Tim Ingold e os filósofos Gilles Deleuze e Félix Guattari, que ajudam a iluminar o percurso disso que chamo de um movimento de ’contemplação e fala’ ao longo de um compor. Esses traçados múltiplos levaram a uma revisão do papel da análise dentro da pesquisa em composição musical, no sentido de propor/criar para a ’análise composicional’ um outro horizonte paradigmático, focado em perseguir as linhas em movimento do ‘compor-emaranhado’ ou do fazer-música investigado. Finalmente, tudo isso acabou sendo atualizado, no caso particular desta tese, ao longo dos textos analíticos propostos no último capítulo, com as (anti-)análises de obras criadas durante o doutorado, principalmente a partir do emprego de posturas e ferramentas (auto-)etnográficas, o que, por sua vez, afeta o próprio compor em circuito com a produção desses textos.