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Paulo Costa Lima
}}Paulo Costa Lima (Salvador, 26 de setembro de 1954) é um premiado compositor e teórico brasileiro, que ocupa a cadeira 21 da Academia Brasileira de Música tendo como lugar de fala o Movimento de Composição da Bahia. Pesquisador pelo CNPq (desde 2003), é uma das lideranças da pesquisa e pós-graduação em música no Brasil, na área de Composição, e vem popularizando a análise musical através das redes sociais, com leituras diferenciadas de canções brasileiras (mais de 200.000 seguidores). Seu catálogo de compositor tem mais de 150 obras, tendo gerado ao longo dos anos mais de 600 performances em cerca de 25 países.. Professor Titular de Composição e Teoria da Música na Escola de Música da Universidade Federal da Bahia, onde atua desde 1979, tendo se tornado mentor de toda uma nova geração de compositores baianos. Para Paulo Costa Lima, o discurso de que cultura é algo que se estuda, que se preserva, esconde o principal: a cultura se imagina, se constrói. Sua pesquisa enfatiza assim o entrelaçamento de composição e cultura, ou seja, a ideia de que o pertencimento não é algo apenas externo, entre texto e contexto, e sim algo que também é construído pelo compor, o trabalho cultural realizado por uma composição, a invenção de pertencimento: a exemplo de Beethoven com sua Sinfonia Eroica, construindo um herói para chamar de seu, e nosso. A partir dessa perspectiva, propõe o conceito de "sujeito do compor" (quando alguém compõe, quem fala?), no âmbito do trabalho cultural realizado, pensando assim uma teoria do tornar-se composição, ou seja, uma navegação constitutiva de objetos compositivos (individual, social e cultural), à qual denominou de composicionaldiade , e que gira em torno de cinco instâncias: a indissociabilidade teoria e prática, o campo de escolhas, a invenção de mundos, a criticidade (ou capacidade de interpretação) e a reciprocidade (ou plasmação de identidades).
Suas obras musicais colocam em evidência a construção de diálogos entre aquilo que está à sua volta (a dimensão local) e os fluxos internacionais de discurso e música, com isso, aproxima-se da noção de entrelugar (de orientação decolonial) tal como proposta por Silviano Santiago em 1971, e à resistência que isso envolve - "a maior contribuição da América Latina para a cultura Ocidental, vem da destruição sistemática dos conceitos de unidade e de pureza(...) Falar, escrever, significa: falar contra, escrever contra". .Em obras como o Atotô do L'homme Armé op. 39 para Orquestra de Câmara (1993), ou Cabinda: nós somos pretos para Orquestra Sinfônica (2015), ou ainda Oji: Chegança e Ímpeto para Orquestra Sinfônica (2021) coloca em jogo a tensão e a relativização de polaridades tradicionais tais como sério/jocoso, erudito/popular, afrobahia/europa, ancestral/contemporâneo, datado/incriado , associando-se à pluralidade cultural da música contemporânea brasileira e dialogando com obras de compositores de gerações anteriores, tais como Ernst Widmer, Gilberto Mendes, Lindembergue Cardoso , Jamary Oliveira entre outros, e de novas gerações como Alex Pochat, Eric Barreto, Guilherme Bertissolo, Izabella Baldoíno, Paulo Rios Filho, Pedro Amorim Filho, Vinicius Amaro - dos quais foi mentor - todos eles (nova e velha geração), enfronhados na ousadia de mostrar que é possível criar a partir daquilo que a ideologia do centrismo considera como periferias do mundo.
Em 1998 passou a ter um verbete dedicado à sua obra na Enciclopédia da Música Brasileira Popular, Erudita e Folclórica (PubliFolha), escrito pelo musicólogo Régis Duprat, e em 2001 teve seu nome incluído como verbete do prestigioso The New Grove Dictionary of Music and Musicians, escrito pelo musicólogo Gerard Béhague. Em 2009 foi eleito para a centenária Academia de Letras da Bahia (cadeira 8, Cipriano Barata), em 2011 para a Academia de Ciências da Bahia , e em 2014 para a Academia Brasileira de Música. Participou ativamente da criação da ANPPOM - Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Música (entre o final dos anos 80 e início dos 90) e da Tema - Associação Brasileira de Teoria e Análise Musical (em 2014).
Como pesquisador, sua produção gira em torno de temas como teoria do compor, pedagogia da criação musical, análise de música contemporânea produzida na Bahia , análise de canções populares brasileiras, e a aproximação entre música e psicanálise . Já publicou 8 livros e organizou outros 6, destacando-se aí a criação da série ''Teoria e Prática do Compor'', atualmente com 5 volumes , além de dezenas de capítulos de livro, dezenas de artigos em periódicos acadêmicos, e centenas de artigos em periódicos de circulação. Seu trabalho de pesquisa produziu um estudo em profundidade da pedagogia e da obra do compositor brasileiro (nascido na Suiça) Ernst Widmer, mentor de todo o Movimento de Composição na Bahia, desdobrado em um Grupo de Pesquisa (Composição e Cultura, desde 2003) voltado para a pedagogia e a teoria da composição. Já orientou 10 doutores e 12 mestres através desse Grupo.
Como Diretor da Escola de Música da UFBA (1988-1992) criou o seu Programa de Pós-Graduação em 1990 e retomou os Seminários Internacionais de Música (interrompidos em 1959), trazendo cerca de 250 docentes convidados a Salvador entre 1989 e 1992.. Como Pró-Reitor de Extensão da UFBA (1996-2002) criou o Programa UFBA em Campo e Atividades Curriculares em Comunidade - ACCs. Como Presidente da Fundação Gregório de Mattos (2005-2008), órgão responsável pela gestão da cultura na cidade de Salvador, criou o Programa Mestres Populares da Cultura, o primeiro edital cultural voltado para comunidades de Salvador, coordenou o edital nacional Capoeira Viva (com recursos do MINC), lançou a série Trilhas Urbanas com importantes registros das cantigas dos candomblés da Bahia e recuperou a tradicional Igreja da Barroquinha, hoje Espaço Cultural da Barroquinha (apoio cultural da Petrobrás) . Assessor Especial do Reitor da UFBA (2014-2021), coordenou as atividades de celebração dos 70 Anos da UFBA ,tendo sido um dos idealizadores/organizadores dos Congressos da UFBA, criados pela gestão João Carlos Salles . Fornecido pela Wikipedia