Faces contemporâneas da imaginarização: uma contribuição à clínica psicanalítica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Bacelar, Joyce
Orientador(a): Coutinho, Denise Maria Barreto
Banca de defesa: Tourinho-Peres, Urania, Vidal, Paulo Eduardo Viana, Rocha, Guilherme Massara, Fonteles, Camila Santos Lima, Pontes, Suely Aires, Coutinho, Denise Maria Barreto
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto de Psicologia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Psicologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/33709
Resumo: O objeto desta tese é a relação entre a noção de imaginarização e estado depressivo neurótico na contemporaneidade, tendo como lente teórica a psicanálise freudiana e lacaniana. O objetivo geral da tese é construir a ideia de imaginarização, a partir de Lacan, a fim de compreender e contribuir para manejar, na clínica, o estado depressivo neurótico, cada vez mais presente na clínica psicanalítica contemporânea. A breve elaboração de Lacan sobre o termo ‘imaginarização’ aponta para a relação que o sujeito neurótico estabelece com dois pilares da função do desejo: a imagem especular e o a, objeto causa de desejo, que funcionam como suporte da relação imaginária constituída pela fantasia. A questão norteadora pode ser assim formulada: que tipo de resposta o sujeito desejante pode dar diante das demandas contemporâneas de satisfação imediata? A hipótese desta investigação é de que, no âmbito do estado depressivo neurótico, há uma predominância da imaginarização em função tanto do valor dado à imagem especular, quanto do modo pelo qual o sujeito estabelece relação com o objeto a, buscando um complemento, impossível, para sua falta estrutural. Embora o termo não apareça como conceito na obra lacaniana, é possível extrair dessa noção efeitos teórico-clínicos sobre processos constitutivos do sujeito frente à falta. O primeiro artigo tem como foco a construção da ideia de imaginarização a partir de Lacan, articulando suas elaborações teóricas associadas a essa ideia, a fim de contribuir na elucidação de expressões clínicas atuais. O segundo artigo trata do processo de imaginarização no laço social a fim de ampliar o escopo da noção de imaginarização e compreender processos de segregação. O terceiro artigo aborda a relação entre depressão neurótica e agressividade no intuito de propor uma elaboração teórica sobre a predominância da imaginarização na contemporaneidade. Para tanto, enfatizamos o processo constitutivo do sujeito em sua relação com o Outro no estado depressivo neurótico. No quarto artigo, o foco é identificar o predomínio da imaginarização no estado depressivo neurótico, visando elucidar e avançar possibilidades de manejo clínico na contemporaneidade. O valor que o sujeito hoje confere à sua imagem nos aponta para uma tentativa de constituição de uma “identidade” imaginária, alienada, como meio de suturar a falta. O quinto artigo aborda a dimensão que o corpo pode adquirir na contemporaneidade, como efeito do processo de imaginarização, no intuito de chamar atenção para a sujeição ao gozo do corpo. E, por fim, o sexto e último artigo aponta para a recondução à experiência originária do gozo no processo de imaginarização, visando ao manejo da clínica. Esta pesquisa teórico-clínica utiliza o método psicanalítico de pesquisa no qual pesquisa e clínica caminham juntas.