Vivendo com o outro: os alemães na Bahia no período da II Guerra Mundial

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Silva, Marina Helena Chaves lattes
Orientador(a): Freitas, Antonio Fernando Guerreiro Moreira de lattes
Banca de defesa: Freitas, Antonio Fernando Guerreiro Moreira de lattes, Gertz, René Ernaini lattes, Lemos, Maria Teresa Toríbio Brittes lattes, Paraíso, Maria Hilda Baqueiro lattes, Ferreira, Muniz Gonçalves lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em História (PPGH) 
Departamento: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFCH)
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/35277
Resumo: Esta tese tem como objetivo reconstituir a história da presença alemã na Bahia, tomando como base a II Guerra Mundial. Partimos da premissa que a variável étnica norteou todo o processo repressivo contra os alemães, ampliando ainda mais as fronteiras entre esses imigrantes e uma parcela significativa da população baiana. O conceito de etnicidade ao qual nos referimos foi elaborado por Fredrik Barth, entendido como forma de organização social baseada em atributos que classificam as pessoas em função de sua origem suposta. Isso se acha validado no decurso das interações sociais mediante ativação de signos culturais adotados pelos variados grupos na construção da sua identidade e da diferença. Este conceito e as “questões-chave” salientadas por Philippe Poutignat e Jocelyne Streiff-Fenart foram fundamentais para a compreensão da sociedade baiana, como espaço de alteridade e de confronto cultural. Procuramos demonstrar que a imagem negativa atribuída aos alemães durante a II Guerra Mundial foi, em grande parte, produzida ao longo de sua trajetória histórica, originando-se, entre outros fatores, dos movimentos nacionalistas iniciados na República Velha, quando se debatia acerca do perigo alemão e a necessidade de extinguir os chamados “quistos” étnicos existentes no sul do Brasil. A conjuntura internacional, nacional e baiana também contribuiu para fossem ativados outros rótulos para esses imigrantes e o seu país de origem. A título de resultados, podemos salientar que os alemães constituíram-se como um Outro na sociedade baiana, não somente em função do conflito mundial e nem das disputas entre as potências marítimas pelo mercado brasileiro, posto que interesses nacionais e locais se fizeram presentes nesse momento. Podemos perceber também que embora a Bahia contasse com um pequeno contingente de alemães, essa presença tornou-se bastante problemática durante a II Guerra Mundial, fazendo valer a lógica da suspeição e da desconfiança que culminou com o internamento desses imigrantes no interior do Estado.