Biomarcadores microbiológicos e imunológicos preditivos da fase inicial da mucosite bucal em pacientes com câncer de cabeça e pescoço

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Vasconcelos, Rebeca Mota
Orientador(a): Ramalho, Luciana Maria Pedreira
Banca de defesa: Ramalho, Luciana Maria Pedreira, Santos, Jean Nunes dos, Pereira, Manoela Carrera Martinez Cavalcante, Trindade, Soraya Castro, Farias, Jener Gonçalves de
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Faculdade de Odontologia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Odontologia e Saúde
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/29129
Resumo: Introdução: A Mucosite bucal (MB) é um dos efeitos adversos mais debilitantes em pacientes com câncer tratados com radioterapia (RT) ou quimioradioterapia (quimioRT). O tratamento por RT e quimioRT provoca uma profunda resposta inflamatória, resultando em danos ao endotélio vascular e formação de úlceras bucais, as quais estão susceptíveis à colonização de microrganismos. Objetivo: O objetivo deste estudo foi indentificar o perfil de microorganismos que possam atuar como biomarcadores de diagnóstico inicial da MB em pacientes com câncer de cabeça e pescoço submetidos a RT e/ou químioRT. Metodologia: Um total de 15 pacientes agendados para receber RT ou quimioRT foram recrutados. Amostras de biofilmes bucais foram coletado em sítios específicos antes do início do tratamento anti-neoplásico (Visita 1) e, no primeiro dia em que a lesão de MB foi identificada (Visita 2). Alterações na abundância microbiológica foram detectadas através da técnica de Human Oral Microbe Identification Next Generation Sequencing (HOMINGS) e análises metagenômicas. Amostras de saliva também foram coletadas nos mesmos períodos acima mencionados para avaliaçao dos níveis de citocinas próinflamatórias e quantificação de Candida spp. Resultado: Alterações na abundância relativa de biomarcadores microbiológicos foram observadas entre a Visita 1 e a Visita 2 deste estudo. Espécies discriminantes, como Gemella haemolysans (p=0,000), Granulicatella elegans (p=0,000), Haemophilus spp. (p=0,000) e Streptococcus spp. (p=0,0014) foram significativamente mais abundantes nas amostras encontradas durante a Visita 2. Não foram encontradas mudanças significativas entre as visitas ao analisar a contagem de Candida spp. (p=0,239), no entanto, observou-se que os pacientes que apresentaram um aumento significativo de Candida entre Visita 1 e Visita 2 desenvolveram MB mais rapidamente (p=0,031). Biomarcador inflamatório salivar, a citocina IL-6, apresentou aumento significativo durante a fase inicial da MB (p=0,037). Conclusão: Nossos resultados sugerem uma mudança dinâmica da microbiologia bucal durante o início da MB, o que sugere que estas espécies têm a capacidade de atuar como agentes patogênicos oportunistas em pacientes com câncer de cabeça e pescoço submetidos a RT e/ou químio-RT. Estudos mais aprofundados são necessários para explorar a atuação destes microorganismos no desenvolvimento inicial de mucosite bucal, criando condições para o surgimento de abordagens terapêuticas com impacto na prevenção e/ou prognóstico dessas lesões.