Velhices encarceradas: os significados das experiências vivenciadas em contexto prisional por idosos internos de uma penitenciária em Salvador/BA

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Santana Filho, Hosanah Pereira de lattes
Orientador(a): Lourenço, Luiz Claudio lattes
Banca de defesa: Lourenço, Luiz Claudio lattes, Silva, Marina da Cruz lattes, Chies, Luiz Antônio Bogo lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais (PPGCS) 
Departamento: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFCH)
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/38940
Resumo: Esse trabalho teve por objetivo identificar e compreender, os significados que permeiam o cotidiano de idosos encarcerados em um estabelecimento prisional brasileiro. É evidente que a presença de idosos em unidades prisionais passou a ser uma realidade no Brasil, ao passo que, entre os anos de 2005 e 2022, houve um aumento significativo de 1.350 para 14.712 pessoas presas com idade maior do que 60 anos. Diante disso, ao considerar que a velhice é uma categoria socialmente construída e que a prisão integra um dispositivo punitivo que persegue e aprofunda vulnerabilidades, surge a necessidade de se estudar as configurações específicas das experiências prisionais a partir da perspectiva de idosos encarcerados. Sendo assim, para atingir o objetivo pretendido, a pesquisa se desenvolveu por meio da abordagem qualitativa e da utilização das técnicas de coleta de dados da observação direta e da aplicação de entrevistas semiestruturadas. O estudo contou com a participação de 12 homens com idade igual ou superior a 60 anos que se encontravam em cumprimento de pena privativa de liberdade na Penitenciária Lemos Brito, instituição localizada na cidade de Salvador, estado da Bahia, Brasil. Os dados colhidos foram tratados através da análise de conteúdo categorial. Dessa forma, ao longo do estudo, verificou-se que os entrevistados, apesar de apresentarem contextos geográficos e geracionais heterogêneos, relataram experiências pretéritas marcadas por posições sociais de vulnerabilidade. Observou-se, ainda, que diversas concepções difundidas no senso comum sobre o envelhecimento também se manifestam no cárcere. Identificou-se que o tempo enquanto medida da pena pode assumir um significado próprio para os velhos encarcerados, qual seja o da privação de usufruir o que construiu ao longo da vida. Ao final, conclui-se que, para além de se constatar a insipiência das prisões e a inexistência de políticas públicas específicas para idosos encarcerados, se faz necessária a realização de estudos que busquem captar as singularidades das dinâmicas sociais vivenciadas pelas velhices encarceradas.