Encarceramento de mulheres na cadeia pública de Pato Branco - PR: interseccionalidade de gênero, raça e classe

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Soldatelli, Brenda Debona lattes
Orientador(a): Wedig, Josiane Carine lattes
Banca de defesa: Corona, Hieda Maria Pagliosa lattes, Wedig, Josiane Carine lattes, Colares, Leni Beatriz Correia lattes, Oliveira, Melissa Barbieri de lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Pato Branco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/5205
Resumo: 8RESUMONesta pesquisa analiso a interseccionalidade de gênero, raça e classe no encarceramento de mulheres na Cadeia Pública de Pato Branco/PR. Na análise, apresento o surgimento das prisões modernas no contexto europeu e as prisões no Brasil. Abordo também o histórico de aprisionamento de mulheres e a classificação delas como criminosas. Além disso, demonstro, a partir do feminismo negro e decolonial, como foram constituídas as desigualdades interseccionais, a partir do processo eurocêntrico e colonial de dominação e controle sobre os corpos das mulheres. Desse modo, analiso como a interseccionalidade de gênero, raça e classe opera no encarceramento de mulheres. A pesquisa foi realizada através de abordagem qualitativa, baseada no método de história de vida das mulheres encarceradas –através da técnica de entrevistas semiestruturadas –e análise documental. A realização da investigação de campo ocorreu entre os anos de 2018 e 2019. Constatei que o encarceramento de mulheres na Cadeia Pública de Pato Branco é influenciado de forma mais intensa pelos eixos de discriminação provenientes do gênero e da classe, sendo a raça um fator que opera com menor intensidade, em decorrência da política de branqueamento daregião Sudoeste do Paraná no século XX. Também verifiquei que as participantes da pesquisa são mães e dependem de parentes, principalmente de suas mães, para cuidarem de suas(seus) filhas(os) durante o encarceramento. O aprisionamento dessas mulheres, ocorreu, na grande maioria dos casos, pelo crime de tráfico de drogas, que é motivado pela necessidade de promover seu próprio sustento e de sua família. Por fim, observei que as mulheres encarceradas, estabelecem um conjunto de relações, que denominei como redes internas e externas, que permitem compreender a reciprocidade que elas estabelecem no contexto prisional, intra e extra-muros.