Percepções de uma Supervisora de Ensino, sobre a escola numa Instituição Prisional: estudo de Caso

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Mendes, Célia Maria Lopes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/180256
Resumo: Este estudo buscou descrever o cotidiano de uma escola na Penitenciária. Justifica-se a pesquisa pela falta de poucas informações sobre o assunto, quanto pela relevância social de estudos que contribuam para a compreensão de políticas públicas nos últimos anos, em funcionamento nas prisões brasileiras. O objetivo da pesquisa foi investigar e analisar quais são as políticas públicas educacionais que têm sido formuladas para as instituições prisionais no Estado de São Paulo. Como tem sido a implementação dessas políticas de educação na penitenciária. Por via de consequência, conhecer a implementação das políticas públicas educacionais no cotidiano dos alunos privados de liberdade, estudantes do Ensino Médio, na Penitenciária de um município paulista. Observando qual a importância da escola na vida desses alunos privados de liberdade; o currículo e as práticas pedagógicas desenvolvidas pelos professores que atuam na Penitenciária; como esses atoress veem a escola na Penitenciária, e quais são as expectativas de vida que os alunos possuem ao deixar à penitenciária. Para responder a essas questões foi elaborado um roteiro semiestruturado com entrevistas individuais com professores e alunos internos e observações durante as aulas. A metodologia utilizada no estudo é a qualitativa- Estudo de Caso. Os dados obtidos demonstraram que a educação para as pessoas privadas de liberdade é muito importante, dado a situação em que se encontram, fora do convívio social; embora a escola na prisão caminhe diante de algumas dificuldades, como: a falta de alunos em sala de aula, em algumas ocasiões, tendo em vista que o rigoroso sistema de segurança; alguns alunos frequentam a escola tendo como objetivo da remição da pena. Os professores também têm suas dificuldades, como: a falta de material didático, rigidez na segurança na penitenciária, o que, inclusive faz com que muitos alunos desistam de frequentar as aulas, por terem que passar por humilhações durante a revista, na entrada e saída da escola. Frente a este posicionamento, nem todo material didático que o professor leva para a escola é liberado para ser utilizado durante as aulas, há falta de equipamentos para utilizar metodologias e práticas de ensino diferenciadas durante as aulas, que permitam a interação e participação de todos os alunos. Todas essas dificuldades refletem nas decisões dos docentes para resgatar os alunos que precisam de ajuda, e de esforços numerosos e coletivos para não deixar o aluno por muito tempo em situações de abandono na sala de aula. As dificuldades são notadas dos dois lados, tanto de alunos quanto de professores. Consideramos que a reversão desses fatos só poderá ocorrer com o incentivo dos orgãos responsáveis pela educação nas prisões: o Governo do Estado São Paulo e a Secretaria Estadual de Educação. A educação na prisão, se considerada de forma adequada, como uma política pública emancipatória, mudaria a vida de muitos internos que não tem nenhuma perspectiva de vida social.