Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Halla, Marcela Matthews Soares |
Orientador(a): |
Dominguez, José Maria Landim |
Banca de defesa: |
Dominguez, José Maria Landim,
Leite, Carlson de Matos Maia,
Pereira, Egberto |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Instituto de Geociências
|
Programa de Pós-Graduação: |
Em Geologia
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Área do conhecimento CNPq: |
|
Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/28945
|
Resumo: |
Plataformas continentais estreitas são feições bastante peculiares, visto como sua origem está atrelada a condições específicas em regimes tectônicos transcorrentes ou extensionais. A Plataforma Continental em frente à cidade de Salvador (PCS), no Estado da Bahia, constitui um exemplo incomum destas feições. Uma vez que representa o trecho mais estreito ao longo do litoral brasileiro com profundidades rasas e baixos gradientes topográficos. No entanto, o porquê de sua configuração tão estreita e rasa ainda é pouco explicado e entendido. Durante a maior parte do Quaternário, a PCS esteve exposta à exposição subaérea, visto que durante este período o nível do mar ocupou uma posição média de cerca de 60 metros abaixo do nível atual. Esta prolongada exposição subaérea e erosão resultante, certamente proporcionou com que o arcabouço estrutural e estratigráfico das bacias de Camamu e de Jacuípe, exercessem influência na fisiografia plataformal. A paisagem resultante da erosão prolongada exerceu um importante controle também na sedimentação quaternária, durante os episódios que a PCS foi inundada após o Último Máximo Glacial. Este trabalho visa, portanto, compreender a evolução geológica e o controle estrutural das bacias de Camamu/Jacuípe, nos padrões de sedimentação na Plataforma Continental de Salvador, durante o Quaternário, utilizando dados de linhas sísmicas rasas de alta resolução. Neste trabalho foram definidas sete unidades sísmicas; referentes ao Embasamento Cristalino, a Bacia Sedimentar e os Sedimentos Quaternários. Altos batimétricos na plataforma estão associados a rochas sedimentares mais deformadas da bacia, orientados conforme dois trends principais de N40° e N310°, provenientes das estruturas da bacia como a falha de borda e as falhas de transferência, respectivamente. A grande proximidade de extensas falhas normais na região favoreceu no desenvolvimento de rampas de revezamento que podem ter influenciado, passivamente, nas baixas taxas de subsidência da PCS. Os dados mostraram que a rede de drenagem dos paleo-vales mapeados na plataforma não exibiu uma correlação facilmente interligada com o sistema de drenagem continental da península de Salvador, prevalecendo vales incisos paralelos a linha de costa do que os comumente dispostos ortogonalmente a mesma. As estruturas rúpteis mapeadas mostraram um padrão rômbico, ortogonais entre si, que fora aproveitado pelos rios e processos erosivos conseguintes, como os ravinamentos das cabeceiras de cânions. A fisiografia da plataforma soteropolitana após o Último Máximo Glacial (UMG) compreendia, portanto, a uma baía situada próximo ao continente circundada por altos rochosos da bacia e do alto de Salvador, com rios meandrando por estes altos até atingirem suas desembocaduras. Este relevo atípico da plataforma se desenvolveu por meio da erosão diferencial das rochas sedimentares aproveitando as estruturas herdadas do arcabouço rifte da bacia de Camamu/Jacuípe, ao longo das variações eustáticas do Quaternário. A diferença litológica dos estratos sin-rifte e drifte da bacia também exerceram influências no sistema de drenagem ao longo da PCS. Com isso, obteve-se que os principais agentes controladores da fisiografia e sedimentação quaternária da Plataforma de Salvador foram, portanto, os efeitos passivos da tectônica, do arcabouço litológico da bacia, além da eustasia nas baixas taxas de subsidência e no inexpressivo aporte sedimentar da PCS. |