Estudo da matéria orgânica sedimentar como indicador ambiental nas adjacências do Porto do Recife, Ilha de Itamaracá e arquipélago de Fernando de Noronha (Pernambuco)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: OLIVEIRA, Liza Ellen Eurico de
Orientador(a): BARCELLOS, Roberto Lima
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Oceanografia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/24568
Resumo: Em plataformas continentais, a cobertura sedimentar atual é o reflexo da natureza predominante dos componentes (sejam terrígenos ou marinhos), pela ação de transporte e retrabalhamento promovido pela hidrodinâmica local, por sua vez, o sedimento tem como função ser um compartimento aquático ativo, além de ser uma importante fonte de informações geoquímicas sobre o ambiente deposicional. Um dos componentes do sedimento é a matéria orgânica que possui uma extrema importância em estudos ambientais, visto que a interpretação de sua ocorrência representa uma grande contribuição sobre o ciclo - origem, natureza e destino - dessa matéria no ambiente marinho. O presente trabalho teve como objetivo estudar as distribuições e composições sedimentares das áreas de plataformas continentais internas adjacentes à Ilha de Itamaracá e ao Porto do Recife e da plataforma insular do arquipélago de Fernando de Noronha e, a fim de avaliar o impacto das ações antrópicas nas condições ambientais atuais por meio de estudos sobre a composição geoquímica da matéria orgânica sedimentar. Para isto foram analisados os conteúdos de matéria orgânica total, carbonato de cálcio, carbono orgânico e nitrogênio total, fósforo (sua composição fracionada - orgânica e inorgânica - e a total), as razões isotópicas de δ13C e δ15N, e as razões elementares C/N e C/P para descrição geoquímica dos sedimentos, além de análises granulométricas, da fração arenosa e morfoscopia dos grãos. Foram executadas também análises de correlação (Spearman), componentes principais e agrupamento (Cluster). A plataforma interna de Itamaracá apresentou cobertura sedimentar arenosa, com granulação predominante de areia grossa, moderadamente selecionada. Com 50% das amostras litoclásticas e 50% das amostras bioclásticas, com baixos teores de matéria orgânica total (MOT<3,5%, COT<5,40%, δ¹³C -27,52‰ PDB a -21,12‰ PDB), caracterizando a origem mista da matéria orgânica sedimentar da plataforma. A plataforma interna adjacente ao Porto do Recife apresentou uma cobertura sedimentar arenosa, com granulação predominante de areia média, pobremente selecionada, com material predominantemente composto por sedimentos biolitoclásticos e bioclásticos, com teores medianos de matéria orgânica total (MOT 4,08% em média, COT<8,11%, δ¹³C -26,24‰ PDB a -20,70‰ PDB), caracterizando a origem mista da matéria orgânica sedimentar da plataforma. Independente do período sazonal, a plataforma insular adjacente à costa abrigada do arquipélago de Fernando de Noronha apresentou uma cobertura sedimentar arenosa, com predominância de areia fina, grãos bem selecionados. O material é composto por sedimentos bioclásticos, com baixos teores de matéria orgânica total (MOT>2,87%, COT>4,29%, δ¹³C -23,31‰ PDB a -18,80‰ PDB), de origem marinha. Com base nos dados obtidos, é possível inferir que há uma ampla similaridade entre as plataformas (tanto continentais como insular) estudadas, visto que são regidas por grandes teores de areia e com a presença de elevados teores de carbonato. E dentre todas as plataformas avaliadas, a batimetria mais irregular e atividades antrópicas foram relevantes na plataforma adjacente ao Porto do Recife, onde o quebra-mar possibilitou uma retenção do material aportado pelo sistema estuarino do Capibaribe, imprimindo dois ambientes deposicionais com características em distintas em sua composição sedimentar e geoquímica. Por fim, o material carbonático das plataformas é oriundo da cobertura de algas carbonáticas e demais organismos calcários componentes na biota, propício à ciclagem e sequestro de carbono, permitindo assim um balanço na interface oceano-atmosfera-litosfera.