A Guerra do Atlântico na Costa do Brasil: rastros, restos e aura dos U-boats no litoral de Sergipe e da Bahia (1942-1945)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Cruz, Luiz Antônio Pinto
Orientador(a): Aras, Lina Maria Brandão de
Banca de defesa: Sena Júnior, Carlos Zacarias Figueiroa de, Oliveira, Laura, Ceravolo, Suely Moraes, Oliva, Terezinha
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em História
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/29098
Resumo: Esta tese propõe-se a estudar a dimensão social da ação beligerante dos U-boats no litoral de Sergipe e da Bahia, ao longo da Segunda Guerra Mundial. Com base na revisão da literatura especializada, aliada às informações emanadas das fontes primárias e das entrevistas orais, foi possível perceber como a costa do Brasil se integrou paulatinamente à Guerra do Atlântico (1939-1945). Em sua deflagração para os brasileiros, em agosto de 1942, as áreas marítimas adjacentes ao Porto de Salvador passaram a ser consideradas pelos marinheiros da época como um dos lugares mais arriscados para o exercício da navegação de cabotagem da América do Sul. Esta investigação precisou, então, variar o jogo das escalas de análise, pois a praia, um espaço por excelência marginal, tornou-se o lugar-central desta investigação micro-histórica. Era o que aparecia nela que gerava o acontecimento-monstro para os litorâneos. Foram os rastros e restos, que ajudaram a captar a aura da guerra naval, em outras palavras, os salvados tiveram o poder de criar imagens beligerantes, e assim, aproximar o que parecia distante: os submarinos alemães e italianos. Do ponto de vista metodológico, foi preciso estabelecer um diálogo com as ciências sociais para desenvolver uma análise histórica pautada na cultura material com o intuito de vislumbrar os salvados de guerra enquanto fontes históricas, ou, como diria Walter Benjamin, em documentos de barbárie. Daí a necessidade de se desenvolver uma investigação também voltada para a cultural material, especialmente no tocante aos significados sociais dos malafogados (catação dos salvados, prática social, memória coletiva, etc.); aos esquemas de apropriação dos praianos; aos conflitos entre militares e civis pelos malafogados; à comercialização dos objetos na cidade de Aracaju. Portanto, os restos navais trouxeram a aura da Segunda Guerra Mundial do oceano para o interior da vida social dos brasileiros. Por isso, adotou-se como marco temporal irradiador o dia 15 de agosto de 1942, quando se iniciaram os sucessivos ataques navais do U-507, encerrando-se, em 1945, com o fim da guerra na Europa, ou seja, da conjuntura político-militar que criou a Guerra do Atlântico. Mesmo após a capitulação da Alemanha, as águas brasileiras se transformaram em rota de fuga para os U-boats, que levavam a bordo os nazistas para alguns rincões costeiros da América do Sul. Ainda existem muitas histórias malafogadas na costa do Brasil ao longo da Segunda Guerra Mundial, resta saber: - até quando?