Uso de paracetamol durante a gestação e desenvolvimento de desfechos perinatais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Castro, Caroline Tianeze de
Orientador(a): Santos, Djanilson Barbosa dos
Banca de defesa: Oliveira, Márcio Galvão Guimarães de, Dal-Pizzol, Tatiane da Silva
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
INSTITUTO MULTIDISCIPLINAR EM SAÚDE
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/33867
Resumo: Introdução: O paracetamol é um dos anti-inflamatórios não esteroides (AINES) mais consumidos por gestantes em todo o mundo. Este medicamento é a primeira escolha para manejo de febre e dores durante a gravidez por ser considerado de uso seguro durante todo o período gestacional na prática clínica. No entanto, o paracetamol pode trazer riscos tanto para a gestante quanto para o concepto, tendo em vista que este fármaco atravessa a barreira placentária após a administração de doses terapêuticas e consequentemente, pode prejudicar a função hepática fetal, resultando em prejuízos no crescimento e desenvolvimento do feto. Objetivo: Investigar a associação entre uso de paracetamol durante a gestação e o desenvolvimento de parto prematuro (PP), baixo peso ao nascer (BPN) e pequeno para a idade gestacional (PIG). Metodologia: Para responder o objetivo foram realizados dois métodos que serão apresentados em formato de artigo. O primeiro artigo é uma revisão sistemática com metanálise, desenvolvida de acordo com o Meta-analysis Of Observational Studies in Epidemiology (MOOSE), cujo protocolo foi submetido ao International Prospective Register of Systematic Reviews (PROSPERO) e registrado sob o número CRD42020159638. Foram incluídos apenas estudos observacionais que avaliaram a associação entre o uso de paracetamol durante a gestação e PP, BPN e PIG. As buscas foram conduzidas nas bases bibliográficas PubMed, Embase, Ovid, Scopus, Web of Science e BVS, em 05 de abril de 2020, sem restrições de tempo e idioma. A qualidade das evidências foi avaliada pela Newcastle-Ottawa Scale e pelo Methodological Index for Non-Randomized Studies (MINORS). O risco relativo e seus intervalos de confiança de 95% para cada desfecho foi estimado usando o modelo de efeitos fixos ou aleatórios. O segundo artigo utilizou dados da Coorte NISAMI, uma coorte prospectiva a partir de gestantes atendidas nas Unidades Básicas de Saúde do Sistema Único de Saúde de Santo Antônio de Jesus, na Bahia, entre junho de 2012 a fevereiro de 2014. Foi empregada regressão logística para estimar a relação entre o uso de paracetamol durante a gestação e os desfechos perinatais. As análises foram ajustadas para fatores de confusão socioeconômicos, maternos, gestacionais e do recém-nascido. Resultados: O primeiro artigo identificou que o uso de paracetamol durante a gravidez está associado à diminuição do risco de BPN e PIG. O segundo artigo encontrou evidências sobre a associação entre a exposição ao paracetamol na gestação e diminuição de BPN. Conclusão: Faz-se necessária a condução de estudos que controlem para a maioria dos fatores de confusão descritos na literatura e que avaliem as associações considerando a dose, o tempo, a frequência de exposição e a indicação de uso do paracetamol.