De coadjuvantes a protagonistas: cenas da história e da memória de mulheres em biografias de Ana Arruda Callado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Simões, Jussimara Lopes de Jesus lattes
Orientador(a): Pereira, Antonio Marcos da Silva lattes
Banca de defesa: Pereira, Antonio Marcos da Silva lattes, Moreira, Jailma dos Santos Pedreira lattes, Barreiros, Márcia Maria da Silva lattes, Queiroz, Milena Britto de lattes, Vieira, Nancy Rita Ferreira lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Pós-Graduação em Literatura e Cultura (PPGLITCULT) 
Departamento: Instituto de Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/40995
Resumo: A presença da mulher na produção biográfica no Brasil no século XX, a sua importância enquanto autora e protagonista é o tema central desta tese, que apresenta como corpus quatro biografias produzidas pela escritora Ana Arruda Callado: Dona Maria José: retrato de uma cidadã brasileira (1995), Maria Martins: uma biografia (2004), Lygia: a recordista. Um esboço biográfico (2009) e Berta Ribeiro: aos índios, com amor. Uma Biografia (2016). Esta tese aponta que é possível observar como estes textos atuam como revisores de silenciamentos e omissões sobre a importância da atuação e da presença feminina na historiografia brasileira e indica como precisam ser incorporados ao repertório de produções que agenciam políticas de subjetividade sobre as mulheres. O percurso analítico deste trabalho sobre parte da produção biográfica de Callado destaca a importância de se identificar as correspondências entre os estudos de gênero (Scott, 1997), a história das mulheres e a crítica biográfica (Varikas,1988; Perrot, 1989; Del Priore, 2020). O estudo prossegue com análises de eixos temáticos como, atributos do privado e do público, sob a égide das relações de gênero (Aboim, 2012; Ota, 2013; Okim, 2008; Benhabib, 1987; Pateman, 2013, 1996), observando a sua recorrência nas abordagens sobre biografia e mulheres; trata da exploração das famigeradas relações e tensões entre o factual e o ficcional na produção biográfica, sob o enfoque da integração do biográfico e do histórico como alicerce do seu projeto de escrita (Loriga, 1998; Bourdieu, 2006; Revel, 2010; Saer, 2012). Por fim, examina os conceitos “relação empática” (Soihet, 2003), “relação de intersubjetividade” (Varikas, 2015), (Arfuch, 2009) e “relação de reciprocidade” (Rago, 2001), a fim de verificar os fundamentos do uso estratégico desta escrita por e sobre mulheres como ferramenta de auto representação, de análise e de crítica dos sistemas, instituições e valores na sociedade brasileiras. Esta tese ajuda a visibilizar Ana Arruda Callado como a escritora brasileira que até esse momento mais produziu biografias de mulheres, aponta a ainda tímida fortuna crítica sobre seu trabalho e informa o quanto e como ela contribuiu para ampliar o repertório desses textos e trazer mais referências e abordagens para os estudos de gênero e de crítica biográfica.