Currículo, diferença, política: disputas discursivas pela significação da natureza e da qualidade da educação científica.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Pimentel Júnior, Clívio
Orientador(a): Carvalho, Maria Inez da Silva de Souza
Banca de defesa: Guerra, Denise Moura de Jesus, Dias, Rosanne Evangelista, Jesus, Rosane Meire Vieira de, Sá, Maria Roseli Gomes Brito de, Carvalho, Maria Inez da Silva de Souza
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Faculdade de Educação
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/28824
Resumo: Esta tese, organizada em formato multipaper, apresenta a destinerrância dos caminhos pelos quais meus estudos de doutoramento seguiram nesses últimos anos, tendo girado em torno do debate e da compreensão do cenário nacional e internacional das políticas curriculares produzidas por comunidades epistêmicas de Ensino de Ciências para a Educação em Ciências escolar. Mais especificamente, todo o processo de construção de conhecimento nesta tese girou em torno da compreensão das articulações políticas que vêm, historicamente, hegemonizando o nome Natureza da Ciência (NdC) como marcador identitário da qualidade dos fazeres curriculares de Ciências e Biologia nos espaços-tempos escolares. Construída mediante uma visada (auto)biográfica teórica que des-sedimentou e (re)criou como campo empírico os meus processos curriculares formativos e referenciais de práticas de ensino, pesquisa e formação, a tese toma a forma de um trabalho teórico-estratégico de argumentação e leitura desconstrutiva dos fundamentos epistemológicos, políticos e pedagógicos considerados nucleares nas políticas de currículo voltadas à Educação em Ciências. O eixo central de argumentação que conecta os diferentes textos produzidos transita em torno da defesa do risco, da alteridade inantecipável, do Outro que não se deixa subsumir ao cálculo, permitindo interrogar a linguagem antecipatória na política de currículo e a redução da Educação em Ciências a reconhecimento e projeção de identidades. Por diferentes caminhos que se entrelaçam e se complementam em diversos pontos, os argumentos principais giram em torno da defesa de que não só é vã a tarefa de tentar endereçar e controlar a identidade do Outro no tempo e no espaço, pondo em xeque os jogos de linguagem jogados nas políticas curriculares voltadas ao Ensino das Ciências e o modo como significam a qualidade da educação, como é impossível definir de uma vez por todas o modo como a Educação em Ciências deve ser para atingir determinadas finalidades de transformação identitária e social. A tese está dividida em três partes: na primeira, discorro sobre o devir formativo de produção de conhecimento com a tese, descrevendo, interpretativamente, os referentes entre os quais caminhei, as migrações de perspectivas teóricas e o modo como tais leituras possibilitaram a emergência dos meus interesses investigativos no campo das políticas de currículo para a Educação em Ciências. Na segunda parte, os textos produzidos compõem um bloco de estudos que mostram os caminhos teórico-metodológicos da pesquisa, no qual explicito os aspectos ontológicos, epistêmicos e políticos que configuraram as interpretações das políticas de currículo publicadas nos trabalhos acadêmicos investigados. Na terceira parte, mediante os textos produzidos, busquei apresentar tanto o modo como li e traduzi os marcadores interpretativos pós-estruturais com os quais operei as análises discursivas empreendidas na tese como também os principais argumentos sobre os aspectos educacionais, científicos, culturais e políticos defendidos nos textos analisados. Por fim, em síntese, defendo que não há – e, possivelmente, nunca haverá – um momento absoluto de significação da Natureza e da Qualidade da Educação em Ciências que possa estabilizar, de uma vez por todas, as imprevisíveis e infreáveis disputas discursivas que se dão no acontecimento da Educação em Ciências nos múltiplos espaços-tempos escolares.