Sobre o discurso francês dos roteiros de Diogo Afonso

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Bessa, Rita Maria Ribeiro
Orientador(a): Telles, Célia Marques
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto de Letras
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Letras e Lingüística
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/29839
Resumo: Os roteiros da Carreira da Índia, traduzidos em língua francesa por J. H. van Linschoten, em Le grand routier de mer (1610), são fundamentais para os projetos de exploração das rotas marítimas para as Índias Orientais. As principais características do discurso destes roteiros são apresentadas indicando as situações comunicativas comumente encontradas, a saber, orientação das rotas, descrições sobre os locais e sinais encontrados e sobretudo, advertências. O conceito de discurso adotado, de acordo com a natureza dos textos, é aquele proposto por E. Benveniste que traz o sujeito para o centro da cena enunciativa. Para ampliar a compreensão do discurso deste sujeito que é J. H. van Linschoten, apresenta-se a variante lingüística por ele empregada, no caso, o francês médio, língua de transição que se estende, aproximadamente, do final do século XIII ao do XVI e que representa a busca da afirmação e da unidade lingüística no território francês.Torna-se necessário, ainda, situar este sujeito no tempo e no espaço, buscando conhecer o contexto sócio-histórico e os lugares ocupados por este sujeito como determinantes do seu discurso. Dentre os fatos lingüísticos observados, são analisadas as formas verbais da língua francesa, mais freqüentes no discurso dos roteiros, que têm a função de apontar as experiências dos elocutores e as suas orientações, no que tange às ações dos alocutores. A compreensão de suas funções é feita a partir do conceito de temporalidade e através da aplicação dos pressupostos teóricos de H. Weinrich, que propõe, como critérios de análise das formas verbais da língua francesa, as noções de nível de atualidade do discurso, como também, os conceitos de grupo de formas verbais pertencentes às narrativas do mundo comentado e àquelas do mundo narrado. Os exemplos retirados dos roteiros e que apresentam as formas verbais do modo indicativo são confrontados com a teoria de H. Weinrich, confirmando, através de índices percentuais e da função das formas verbais, que se trata de um discurso pertencente ao mundo comentado.