Registro de variações paleoclimáticas e bioestratigráficas nos sedimentos do talude e sopé continentais do Norte do estado da Bahia, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Figueiredo, Sônia Maria Cavalcanti
Orientador(a): Machado, Altair de Jesus
Banca de defesa: Araujo, Helisângela Acris Borges de, Minervino Netto, Augusto, Vieira, Fabiana Silva, Leão, Zelinda Margarida de Andrade Nery
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Instituto de Geociências
Programa de Pós-Graduação: Geologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/34473
Resumo: Alterações climáticas ocorridas no planeta podem ser identificadas a partir de diferentes parâmetros, dentre os quais destacam-se os registros geoquímicos e microfaunísticos presentes nos sedimentos marinhos. Neste sentido, o presente trabalho teve por objetivo reconhecer as variações paleoclimáticas e estabelecer o zoneamento bioestratigráfico, através do estudo sedimentológico, geoquímico (isótopos estáveis de carbono e oxigênio) e da microfauna de foraminíferos planctônicos do sopé e talude continentais do norte do Estado da Bahia. Para tanto, foram analisados cinco testemunhos tipo “pistão câmara” (REG157, SIS93, REG102, SIS-239 e SAT58), coletados no talude e sopé continentais do litoral norte do Estado da Bahia, em profundidades de 1830, 1890, 2230, 1150 e 2460 metros, respectivamente. As cinco colunas apresentaram 1 m de comprimento e foram seccionadas a cada 10 cm, totalizando 10 amostras por testemunho. Cada amostra foi fracionada, definindo-se alíquotas para as análises granulométrica, teor de carbonato de cálcio (fração lama) e microfauna de foraminíferos. Da alíquota destinada ao estudo de foraminíferos, foram triadas as 300 primeiras testas de espécies planctônicas. Os resultados da análise faciológica e do teor de carbonato revelaram predomínio de lama siliciclástica em todas as amostras, indicando baixa hidrodinâmica ao longo do período de deposição do sedimento. A avaliação do teor de carbonato também evidenciou tendência de redução na produtividade, confirmada pela diminuição nos valores de δ13C nos carbonatos biogênicos, sugerindo tendência de diminuição da produtividade ao longo intervalo temporal estudado. Os dados isotópicos δ18O permitiam inferir que a deposição dos testemunhos ocorreu em uma fase climática quente e que pequenas e constantes variações podem estar associadas à variabilidade de temperatura em função de alterações na influência de diferentes massas d’água ao longo dos últimos séculos. A assembleia de foraminíferos planctônicos foi constituída por 15000 espécimes, distribuídos em 4 famílias, 12 gêneros e 29 espécies, sendo mais abundantes os gêneros Globigerinoides e Globoturborotalita, com predomínio das espécies Globigerinoides ruber (pink), Globigerinoides ruber (white), Globigerinoides sacculifer e Globoturborotalita rubencens. A análise de distribuição vertical dos foraminíferos bioindicadores de temperatura permitiu caracterizar as Zonas Z (Holoceno - interglacial) e Y (Pleistoceno - glacial) do período Quaternário em quatro das cinco colunas sedimentares, nas quais o limite superior de registro do último máximo glacial (UMG) foi interpretado entre 50 e 40 cm. Apenas no testemunho REG157 este limite não foi definido, assumindo-se somente o registro Holocênico.