Pela razão ou a força: trajetórias dos exilados brasileiros no Chile (1964-1973)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Saavedra Castro, Marcial Humberto lattes
Orientador(a): Aras, Lina Maria Brandão de lattes
Banca de defesa: Aras, Lina Maria Brandão de lattes, Souza, Belarmino de Jesus lattes, Pinheiro, Clarice Costa lattes, Costa, Iraneidson Santos lattes, Cury, Márcia Carolina de Oliveira lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em História (PPGH) 
Departamento: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFCH)
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/35024
Resumo: O objetivo da presente tese é analisar a história e as memórias do exílio dos brasileiros no Chile, entre 1964 e 1973 e, como a denominada “via chilena ao socialismo” impactou nas estratégias dos grupos brasileiros exilados naquele país, assim como a sua decisão de voltar ao Brasil ou ficar no Chile. Com base na pesquisa bibliográfica e de arquivos, além de fontes orais realizadas com brasileiros exilados no Chile e de chilenos que conviveram com brasileiros no exílio nesse país, o trabalho demonstra que o perfil dos exilados esteve maioritariamente formada por militantes oriundos da classe média, entretanto entre os entrevistados houve um operário de São Paulo que chegou ao Chile junto com os 70 banidos, em janeiros de 1971. Foi possível analisar, também, a inserção desses exilados na dinâmica política chilena, a sua militância ao interior dos partidos políticos de esquerda, principalmente no Partido Comunista chileno (PCCh), o Partido Socialista chileno (PS) e do Movimiento de Izquierda Revolucionaria (MIR), assim como a participação ativa no projeto do governo socialista da Unidade Popular. Além desse âmbito, os exilados brasileiros também se integraram em instituições acadêmicas e de pesquisa nacionais e internacionais, como a Comissão Econômica para América Latina e o Caribe (CEPAL), a Faculdade LatinoAmericana de Ciências Sociais (FLACSO) e o Centro de Estudios Socioeconómicos (CESO), entre outras. Desde o ponto de vista dos órgãos de segurança brasileiros, se analisa o monitoramento que o governo militar brasileiro manteve sobre os exilados no Chile, através do Centro de Informações do Exterior (CIEX), organismo que atuava ao amparo do Itamaraty e do Serviço Nacional de Informações (SNI). Os exilados brasileiros no Chile vivenciaram o golpe de Estado no Chile, o dia 11 de setembro de 1973, que derrubou o governo constitucionalista de Salvador Allende e truncou a experiência da “via chilena ao socialismo”, circunstancia esta, que levou aos exilados no Chile a buscar asilo em embaixadas e refúgios da ONU e, posteriormente, partir para um segundo exílio em Europa, África e América Latina.