Teatro preto de Candomblé: Uma proposta ético-poética de encenação e atuação negras

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: BARBOSA, Fernanda Júlia lattes
Orientador(a): MARFUZ, Luiz César Alves
Banca de defesa: MARFUZ, Luiz César Alves, LIMA, Evani Tavares, CARRASCOSA, Denise, TURLE, Licko, CERQUEIRA, Gustavo Melo
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Artes Cênicas (PPGAC)
Departamento: Escola de Teatro
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/36704
Resumo: Esta pesquisa se inscreve em um contexto poético-reflexivo no cruzamento de três campos: Processos Criativos, Candomblé e Teatro. O objeto disparador são as aproximações, tensões, reflexões e problematização do binômio Candomblé-Teatro, estabelecida na trajetória poética da pesquisadora que, em mais de dez anos de prática teatral no cenário profissional, gerou nove montagens: Siré Obá – A Festa do Rei; Ogun – Deus e Homem; Oyaci – A filha de Oyá; Exu – A Boca do Universo; Kanzuá – Nossa Casa; Macumba – Uma Gira sobre poder; Traga-me a cabeça de Lima Barreto; Oxum; Pele Negra, máscaras brancas, todas derivadas da pesquisa cênica Ativação do Movimento Ancestral e que resultaram na criação do Teatro Preto de Candomblé. Nesse itinerário formativo e criativo, buscou-se realizar um estudo auto etnográfico sobre encenação e atuação negras e identificar e examinar como os cruzadores teóricos da cena – Ancestralidade, Afrocentricidade e Encruzilhada – aliam-se aos princípios orientadores da poética teatral da encenadora – Narrativas mito-poéticas, Teatro Ritual e Tradição na Contemporaneidade – e constituem a sua poética cênica. Nesse contexto, apresenta-se antes um breve estudo sobre ritualidade, antropologia e história do Candomblé e suas relações com o teatro por meio de uma abordagem compreensiva em diálogo com autores como Denise Carrascosa, Eduardo Oliveira, Leda Maria Martins, Luiz Rufino, Molefi Kete Asante, e o pensamento de Sotigui Kouyaté, Carlos Vaz, Peter Brook, Eugenio Barba, Inaicyra Falcão, Juana Elbein Santos, Marco Aurélio Luz, Luis Nicolau Páres e Renato da Silveira. A estes se somam entrevistas de artistas de referência do teatro brasileiro como Evani Tavares, Lucélia Sérgio, Iléa Ferraz, Lázaro Ramos, Ângelo Flávio, Zebrinha, Gustavo Melo, Luiz Marfuz dentre outros. Na pesquisa, cinco espetáculos são examinados à luz dos pressupostos do Teatro Preto de Candomblé: Siré Obá – A festa do Rei; Oyaci – A filha de Oyá; Traga-me a cabeça de Lima Barreto; Ogun - Deus e Homem e Pele Negra, máscaras brancas, sendo este último, e mais recente espetáculo, e foco de convergência entre os processos criativos, os cruzadores teóricos e a poética da encenadora. Os resultados apontam as correlações entre o Teatro e Candomblé e destacam os aspectos críticos e reflexivos na construção de uma ética e poética negras, presentes nas práticas artísticas e cerimoniais.