Óbito em gestante e puérperas acometidas por covid-19: estado da Bahia.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Tanajura, Helita Farias Abreu lattes
Orientador(a): Couto, Telmara Menezes lattes
Banca de defesa: Couto, Telmara Menezes lattes, Daltro, Carla Hilário da Cunha lattes, Almeida, Lilian Conceição Guimarães lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Enfermagem (PPGENF)
Departamento: Escola de Enfermagem
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/40489
Resumo: A pandemia da COVID-19 alterou o panorama da razão da mortalidade materna no Brasil e no Mundo. O estado da Bahia encontra-se em primeiro lugar em percentual de gestantes e puérperas que foram a óbito pela doença em relação aos demais estados do Nordeste. Este estudo teve como objetivo descrever as características demográficas, sinais/sintomas e o acesso/oferta aos recursos de saúde para gestante e puérperas com COVID-19 e verificar a associação entre óbito pela COVID-19 com os sinais/sintomas e o acesso/oferta aos recursos de saúde no Estado da Bahia, no período de março de 2020 a dezembro de 2023. Trata-se de estudo transversal, com 636 gestantes e puérperas com diagnóstico da COVID-19. Os dados foram obtidos pelo Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP Gripe), disponível no Observatório Obstétrico Brasileiro (OObr). Na análise do estudo utilizou se o programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) na versão 25.0®. Aplicou-se o teste estatístico qui-quadrado e o teste exato de fisher ao nível de significância estatística de 5% (p < 0,05). Nossos achados apontaram que o número de gestantes infectadas foi maior em relação ao grupo de puérperas, mas em relação ao desfecho de óbito, destacou-se o grupo de puérperas. Quanto às características demográficas, a maioria das gestantes e puérperas pertenciam à macrorregião de saúde Leste, residiam em zona urbana/periurbana, se autodeclaram negras, utilizaram o serviço público de saúde e estavam na faixa etária de 20 a 34 anos de idade. Em relação aos sinais/sintomas apresentados nas gestantes e puérperas foram apontados a febre, tosse, dor de garganta, dispneia, desconforto respiratório e saturação de O2 <95%. Para o grupo de gestantes, os resultados apontaram associação entre o óbito e os sinais e sintomas relacionados ao desconforto respiratório e saturação O2< 95%. No tocante ao acesso/oferta de recursos de saúde para este grupo houve associação entre a evolução para a morte e ter necessitado de Unidade de Terapia Intensiva e utilizado suporte ventilatório. No que diz respeito às puérperas, nossos achados demonstraram que existe associação entre ter apresentado os sinais e sintomas de dor de garganta, dispneia, desconforto respiratório e saturação O2< 95%, e a evolução para óbito. Referente ao acesso/oferta de recursos de saúde utilizados durante o período de internamento, aponta-se que mulheres no pós-parto com desfecho desfavorável tiveram maior porcentagem de utilização de suporte ventilatório e assistência à saúde em UTI. Chama-se atenção para o uso da vacinação contra a COVID-19, observou-se que, tanto no grupo de puérperas quanto no de gestantes, mulheres que receberam o imunizante não evoluíram para o óbito; e embora nossos resultados tenham apontado associação somente para o grupo de puérperas, as diferenças percentuais também no grupo de gestantes sinalizam o fator protetor do imunizante. A identificação precoce de sinais de gravidade é de relevância para o manejo e condução dos casos e ratificam a necessidade de fortalecimento das ações de promoção da saúde, prevenção e redução do número de óbito por COVID-19, especialmente no cenário de atenção à saúde da mulher. Palavras-chave: Síndrome respiratória aguda grave; mortalidade materna; COVID-19; Serviços de Vigilância Epidemiológica.