Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Medeiros, Éder Luís Mathias |
Orientador(a): |
Cruz, Simone Cerqueira Pereira |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Instituto de Geociências
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Programa de Pós-Graduação: |
Geologia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/21525
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Resumo: |
O Complexo Santa Izabel compreende rochas orto e paraderivadas que ocorrem no setor oeste do Bloco Gavião, na porção setentrional do Cráton do São Francisco. Esse trabalho foi elaborado no âmbito do projeto PRONAGEO (Programa Nascional de Geologia) e do convênio UFBA/CPRM/FAPEX. O objetivo geral foi avançar no conhecimento geólogico sobre a constituição e evolução geológica do Complexo Santa Izabel e, por conseguinte, da porção meridional do Bloco Gavião em seu domínio de afloramento na região de Urandi, Bahia. Como objetivos específicos, essa pesquisa pretende: (i) proceder ao mapeamento geológico do Complexo Santa Izabel na região de Urandi; (ii) realizar o estudo petrográfico das unidades cartografadas; (iii) investigar as idades absolutas dos protólitos e do metamorfismo desse complexo; e (iv) elaborar um modelo geológico que contemple as informações obtidas. Como método de trabalho, foram realizadas estudos bibliográficos, analise de imagens através de Sensoriamento Remoto, e geoprocessamento, trabalhos de campo, estudos petrograficos e análises geocronológicas. O levantamento geológico realizado na escala 1:100000 permitiu identificar ortognaisses migmatitos, enclaves maficos e granitoides. Os ortognaisses compreendem bandas máficas, cujo protólito possui composição hornblenda-gabróica, e bandas félsicas, de composição monzodiorítica e granodiorítica. Os migmatitos formam corpos amebóides e fazem contato transicional com os ortognaisses, sendo classificados como metatexitos e diatexitos. Nos primeiros, a composição das rochas é semelhante à que foi identificada para os ortognaisses e neles foram identificadas estruturas estromáticas, de dilatação e em rede. Nos diatexitos a composição predominante do leucossoma é granodiorítica a monzogranítica e foram observadas estruturas nebulíticas, scholen e schlieren. Nas bandas félsicas dos ortognaisses e metatexitos foi identificada uma mineralogia metamórfica de fácies anfibolito (Paragênese I), de idade paleoproterozóica, constituída por quartzo, plagioclásio, K-feldspato, hornblenda e biotita, enquanto que nas bandas máficas predominam hornblenda e plagioclásio. Os monzogranitos sao isotrópicos a levemente anisotrópicos no centro do corpo e bandados a foliados nas bordas. Essas rochas fazem contato ora intrusivo, ora transicional com os migmatitos e ortognaisses, mas também podem ocorrer como diques com espessura centimétrica cortando essas rochas. Os granitóides desse complexo são o produto da migmatização dos ortognaisses. Uma mineralogia de alteração hidrotermal de fácies xisto verde (Paragênese II), de idade neoproterozóica, foi encontrada em todas as rochas desse complexo, sendo constituída por mica branca, epidoto e carbonato. Quatro fases deformacionais compressionais foram identificadas, subdividas em Dn-1, Dn, Dn+1 (Dn+1’/Dn+1’’) e Dn+2. A fase Dn-1 pode ser reconhecida em dobras isoclinais internas à intrafoliação da fase Dn. A fase seguinte, Dn+1, levou ao desenvolvimento de dobras com envoltória simétrica (estágio Dn+1’). Essas estruturas são truncadas por zonas de cisalhamento sinistrais a sinistrais reversas (Estágio Dn+1”) com orientação geral NNW-SSE, que foram geradas sob campo de tensão NW-SE. A última fase de deformação compressional, Dn+2, nucleou zonas de cisalhamento NNW-SSE e WNWESSE com cinemática destral reversa e sinistral, respectivamente. O campo de tensão principal maxima associado com essa fase posiciona-se em WSW-ENE. Amostras de paleossoma e neossoma foram datadas pelo método U/Pb (zircão, SHRIMP), tendo sido obtidas idades paleoarqueanas para os protólitos e em torno de 2.1 Ga para a migmatização das rochas. Os granitoides apresentam uma idade mais jovem de cristalização, em torno de 2.06 Ga e sugerem um posicionamento tardio com relação à deformação. Uma idade em torno de 2.6Ga foi obtida utilizando-se monazitas em ortognaisses, que deve refletir um evento regional de colocação de rochas anorogênicas. |