Avaliação da atenção primária à saúde no diagnóstico e tratamento da hanseníase em menores de 15 anos no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Santos, Sélton Diniz dos lattes
Orientador(a): Martins, Ridalva Dias Félix lattes
Banca de defesa: Freitas, Maria Yaná Guimarães Silva lattes, Martins, Ridalva Dias Félix lattes, Nery, Felipe Souza Dreger lattes, Teixeira, Camila Silveira Silva lattes, Pescarini, Júlia Moreira lattes, Gusmão, Maria Enoy Neves, Silva, Carlos Alberto Lima da
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Enfermagem (PPGENF)
Departamento: Escola de Enfermagem
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/40488
Resumo: A hanseníase é uma doença prevalente em populações negligenciadas, cuja ocorrência está relacionada a fatores socioeconômicos. Os casos em crianças e adolescentes (menores de 15 anos) são um marcador de gravidade, pois refletem a intensidade da propagação do agente infeccioso em decorrência da alta endemicidade. Para melhorias no cenário epidemiológico e maior acesso aos serviços de saúde, a descentralização das ações de controle da hanseníase para a atenção primária à saúde foi incorporada com uma estratégia central para a redução da carga da doença. Avaliar a atenção primária à saúde no diagnóstico e tratamento da hanseníase nos menores de 15 anos no Brasil, no IIIº ciclo do PMAQ-AB, entre 2015 e 2017. Trata-se de um estudo ecológico com dados das UBS e municípios brasileiros que aderiram ao IIIº ciclo do PMAQ-AB e que registraram pelo menos um caso novo de hanseníase para os menores de 15 anos no período de 2015 a 2017, totalizando 1.061 UBS em 403 municípios. Os dados foram coletados de banco de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Atlas do Desenvolvimento Humano, Matriz de Informação Social, Portal da Secretaria de Atenção Primária à Saúde e dados do IIIº ciclo do Programa de Melhoria do Acesso e Qualidade da Atenção Básica. Os desfechos foram a taxa de detecção de casos novos de hanseníase e percentual de cura nos menores de 15 anos. Estimou-se a associação por meio da Razão da Taxa de Incidência (IRR) e de Regressão Binomial Negativa e respectivos intervalos de confiança (IC 95%), com abordagem hierarquizada em cinco níveis (distal, intermediário I, II e III, proximal) (alpha= 5%). Após ajustes, as variáveis que tiveram significância estatística com a taxa de detecção de casos novos em menores de 15 anos foram: percentual de eSF, que é quando o usuário é diagnosticado com hanseníase e realiza consulta na UBS (IRR = 1,81; IC95%= 1,21 - 2,71); percentual de UBS com kit de microfilamentos (IRR = 1,43; IC95%= 1,13 - 1,81) e percentual de eSF, que sempre dispõe de BCG-ID (IRR = 1,91; IC95%= 1,50 - 2,45). Em relação ao percentual de cura nos menores de 15 anos, houve significância estatística com o percentual de eSF, cujas famílias da área de abrangência são visitadas com periodicidade distinta de acordo com avaliações de risco e vulnerabilidade no município (IRR = 1,22; IC95%= 1,02 - 1,47). Variáveis relacionadas à estrutura física e ao processo de trabalho das eSF tiveram impacto na taxa de detecção de casos novos de hanseníase nos menores de 15 anos, enquanto que, no percentual de cura em menores de 15 anos, apenas variáveis do processo de trabalho tiveram associação.