Saberes de usuários com diagnóstico de hanseníase na Atenção Primária à Saúde

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Silva, Lucimara Alves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Enfermagem
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Enfermagem
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17955
Resumo: A hanseníase, doença secular, ainda desafia e move os homens para o seu controle global. Apesar de ter sido eliminada em diversas regiões do mundo, em outras constitui grave problema. O Brasil é o segundo país em que mais notificam casos novos de hanseníase, perdendo apenas para a Índia. A principal estratégia para o seu controle foi o lançamento da Poliquimioterapia pela Organização Mundial de Saúde. Essa foi uma estratégia exitosa, porém não atingiu a eliminação da doença em médio prazo, o que indica que outros aspectos que a envolvem, estão inseridos nesse processo, mas ainda não foram desvelados. O presente estudo buscou analisar os saberes dos usuários com diagnóstico de hanseníase assistidos na Atenção Primária à Saúde (APS). Analisou também o que esses usuários sabem sobre a enfermidade e o que ainda não está incorporado no seu atendimento junto ao Programa Municipal de Hanseníase e de que modo isso pode ajudar os acometidos pela doença a se aproximarem do diagnóstico e do tratamento. Conhecer o que é e o que os afasta, é fortalecedor nesse processo e pode reduzir lacunas que existem entre usuários com hanseníase e o programa. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, realizada na APS do município de Eunápolis, Bahia, tento adotado como técnica para a coleta de dados a entrevista semiestruturada e o levantamento sociodemográfico. Realizaram-se 14 entrevistas junto a usuários com diagnóstico de hanseníase. A coleta de dados ocorreu entre setembro e dezembro de 2017. Para proceder ao tratamento e análise dos dados, utilizou-se a técnica de Análise de Conteúdo Temático-Categorial. Verificou-se que o desconhecimento sobre a doença e as dificuldades dos profissionais de saúde em realizar o diagnóstico definitivo compromete o controle da doença. Analisou-se também a respeito dos efeitos indesejados correlacionados à Poliquimioterapia, as crenças que envolvem a doença, a ausência de vínculos de confiança nas relações entre usuários, família e equipes de saúde e a melhora aparente dos sinais e sintomas após o início da referida terapia contribuem para tratamentos irregulares e para o seu abandono. Conclui-se que o acesso à Unidade Básica de Saúde para adesão ao programa de hanseníase despertou os usuários para participarem do cuidado com a saúde da família. Percebeu-se ser difícil conviver com a doença sem o apoio familiar e que a ausência da educação formal dificulta a comunicação fluente entre usuário e profissionais de saúde sobre a doença e tratamento. Até o momento do diagnóstico, muitos desconheciam sobre a doença e alguns ainda preferem esconder o diagnóstico, sendo que o apoio psicológico é importante para ajudá-los a manter a autoestima elevada, a realizar o tratamento e a estimular a autonomia e a integração entre usuários e pessoas próximas que colaborem no tratamento. Recomenda-se que os gestores municipais e as Coordenações Municipais do Programa de Hanseníase, juntamente com o apoio do Programa Nacional e Estadual de Hanseníase, realizem planejamentos locais, através de parcerias com organizações civis não governamentais, universidades e institutos federais de ensino, conjunto que pode contribuir para fortalecer a atenção integral a esses usuários, assim como para apoiá-los emocional e socialmente.