Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Carvalho, Brena Cristiane |
Orientador(a): |
Ristum, Marilena |
Banca de defesa: |
Nunes, Mônica de Oliveira,
Marsico, Giuseppina,
Bastos, Ana Cecília de Sousa Bittencourt,
Urpia, Ana Maria de Oliveira,
Ristum, Marilena |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Instituto de Psicologia
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Psicologia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/30490
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Resumo: |
A maternidade pode ser um evento disruptivo no ciclo vital. Quando atravessada pelo sofrimento psíquico, pode se tornar mais delicada. Compreendendo o self como um fenômeno narrativo, o sofrimento em suas dimensões semióticas, as trajetórias como experiências atravessadas por rupturas e transições, as fronteiras como espaços desenvolvimentais e a maternidade como um fenômeno culturalmente orientado, este estudo buscou compreender a experiência pessoal de maternidade e filialidade para mulheres em sofrimento psíquico e suas filhas. Mais especificamente, buscou analisar (1) as significações a respeito da maternidade e filialidade apresentadas pelas mães, por suas filhas e pela equipe de profissionais em saúde mental; (2) se e como a condição de sofrimento da mãe, na dinâmica das relações familiares, é significada pelas próprias mães, pelas filhas e pelos profissionais; (3) Analisar, no CAPS, se existem e como são os protocolos de cuidados para as mães apresentam sofrimento psíquico e para os seus filhos e (4) os itinerários terapêutico e jurídico percorridos pelas mães e suas filhas. Participaram da pesquisa duas mães em sofrimento psíquico (53, 46), suas filhas caçulas (12 ,18), o companheiro de uma delas (36) e um grupo de seis profissionais de um CAPS. Os dados foram produzidos com as seguintes estratégias: narrativas baseadas em mapas corporais (mães), autofotografia (filhas), entrevista semiestruturada (companheiro) e grupos focais (profissionais), e foram analisados a partir do modelo de equifinalidade de trajetórias e da construção de eixos temáticos. Percebeu-se que as significações sobre a maternidade, pelas mães, foram atravessadas pela vulnerabilidade social e econômica, pela violência doméstica, policial e conjugal, pela falta de amparo dos pais, e pela hipermedicalização. Entretanto, “ser mãe” foi considerado, por elas, como uma vivência central e que pode ser menos disruptiva quando há apoio paterno. Entre os profissionais, embora o ideal de maternidade tenha sido um forte viés, houve compreensões mais empáticas em que são reconhecidos legítimos os sentimentos ambivalentes. A filialidade foi significada pelas funções que os filhos assumem nas famílias, como o acolhimento emocional, a defesa de um cuidado em liberdade e o auxílio na realização das atividades domésticas. Os profissionais, entretanto, atribuíram, aos filhos, um lugar mais passivo nas dinâmicas familiares, não os incluindo diretamente no cotidiano de cuidado. Sobre o sofrimento psíquico, este foi configurado semioticamente tanto como um signo tipo ponto e inibidor, quanto como um signo que assume contornos mais pleromatizados e promotores. As filhas reconheceram o sofrimento de suas mães com naturalidade. A confiança no tratamento e uma compreensão mais plural sobre o sofrimento parecem possibilitar expectativas menos pessimistas. Os profissionais destacaram as condições psicossociais imbricadas com a possibilidade das vivências maternas mais sofridas. Não foram identificados protocolos de cuidados específicos para as mulheres mães. Entretanto, nota-se que esta questão atravessa os atendimentos. A análise do itinerário terapêutico mostrou, em um dos casos, uma centralização nos dispositivos territoriais de cuidado; no outro, houve as marcas iniciais do asilamento e do engajamento político. Em ambos os casos, nota-se o esgarçamento das redes de amparo e das políticas públicas. Quanto ao itinerário jurídico, percebeu-se que as trajetórias se deram à margem das instituições de proteção. Conclui-se afirmando a importância da análise das trajetórias, da inclusão dos filhos nos projetos de cuidado e das compreensões plurais acerca do sofrimento para que sejam desenvolvidas práticas de cuidado menos estigmatizantes. |