A loucura de ser mãe: vivências da maternidade por mulheres em sofrimento psíquico em Manaus, Amazonas
Ano de defesa: | 2019 |
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Autor(a) principal: | |
Outros Autores: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Amazonas
Faculdade de Psicologia Brasil UFAM Programa de Pós-graduação em Psicologia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/7437 |
Resumo: | Este estudo foi desenvolvido a partir da compreensão de que a saúde mental vai além da ausência de doença. Para tal, tomou-se como base o paradigma da Reforma Psiquiátrica e os novos modelos de atuação e intervenção em saúde mental e procurou-se entender como estes relacionam as vivências de saúde mental com as vivências maternas. Desta forma, objetivou-se analisar a vivência da maternidade de mulheres em sofrimento psíquico no município de Manaus-AM. A abordagem qualitativa foi escolhida para conduzir o processo investigativo. Fez-se uso a História de Vida, da Associação Livre de Palavras e do Questionário fechado sobre dados sociodemográficos e de saúde enquanto instrumentos de coleta de dados. A análise dos achados foi fundamentada na Psicologia Histórico-Cultural, na Teoria da Subjetividade e na Teoria das Redes Sociais, permitindo a compreensão de questões complexas da experiência vivida pelos sujeitos da pesquisa. A revisão da literatura na área apontou a escassez de pesquisas sobre o tema. Os resultados alcançados afirmam que o diagnóstico em saúde mental ainda figura enquanto condição principal do sujeito. Os serviços de saúde do município ainda não estão atuando de forma a contemplar a integralidade de mães em sofrimento psíquico. A valorização dos aspectos psicossociais que influenciam a vivência da maternidade dessas mulheres pode auxiliar na compreensão do adoecimento e, quando potencializados, atuam na qualidade de fator de proteção. As redes de apoio social foram vistas como fonte de cuidado alternativo aos serviços assistenciais. A participação de familiares, amigos, vizinhos, colegas de trabalho e membros da igreja na produção de cuidados favoreceu o processo de aceitação do adoecimento, a melhoria da autoestima e contribuíram significativamente com o bem-estar pessoal. Identificou-se que os modelos explicativos para utilização dos sistemas de cuidado fizeram referência às opiniões, sentimentos, emoções, crenças, desejos e a própria história de vida. A utilização do conceito de itinerário terapêutico põe em evidência o sujeito e permite a adoção de estratégias mais eficazes para o cuidado em saúde mental. O estudo oferece elementos para sugerir a inclusão de uma reflexão crítica sobre a temática da saúde mental e dos cuidados ofertados para mulheres em sofrimento psíquico, no sentido de ampliar a visão sobre sujeito, contemplando-as para além do lugar de portadoras de uma doença. |