Responsabilidade filial no cuidado aos pais idosos e a relação com o bem-estar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Aires, Marinês
Orientador(a): Paskulin, Lisiane Manganelli Girardi
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Palavras-chave em Espanhol:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/148187
Resumo: Introdução: Responsabilidade filial é norma social ou cultural referente ao comportamento dos filhos no cuidado aos pais idosos, que pode ser avaliada pelas atitudes dos filhos e como isso afeta o bem-estar dos cuidadores. Objetivo: analisar a responsabilidade filial no cuidado aos pais idosos e a repercussão deste cuidado no bem-estar dos filhos. Métodos: duas etapas - Estudo metodológico: adaptação transcultural do protocolo canadense Filial Responsability com base nas etapas: tradução inicial, síntese das traduções, retrotradução, comitê de especialistas, pré-teste, submissão do protocolo aos autores e a avaliação das medidas psicométricas. Estudo misto: replicação do estudo canadense por triangulação concomitante de dados com amostra intencional de 100 filhos cuidadores de pessoas idosas de duas unidades de saúde da região central de Porto Alegre. O protocolo canadense adaptado na etapa metodológica contém questões abertas e sete escalas. Foram feitas análises descritiva e inferencial. Para avaliar as associações entre atitudes e comportamentos e desses com bem-estar, utilizou-se o coeficientes de correlação de Pearson e Spearman, testes t–student ou análise de variância. Variáveis que apresentaram um valor p<0,20 na análise bivariada foram inseridas em um modelo multivariado de regressão linear para avaliar o bem-estar. Na etapa qualitativa, as informações foram analisadas por Análise Temática e, após, realizada triangulação dos dados quantitativos e qualitativos. Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (CAAE 19579013.2.0000.5327). Resultados: No estudo metodológico, todas as etapas foram realizadas de forma satisfatória. Prevaleceram filhas cuidadoras (74) com média de idade de 54,04± 10,17 anos. Nas atitudes de responsabilidade filial, num total máximo de 25 pontos, a média da escala de Expectativa Filial foi de 22,6 pontos (máximo 25 pontos) e na de Dever Filial foi de 28,2 (representando 94% do valor máximo da escala). Quanto aos comportamentos de cuidado, a maioria prestava apoio emocional (80) e companhia (71). As atitudes de responsabilidade (expectativa e dever filial) associaram-se aos comportamentos de cuidar, apoio emocional e financeiro, e companhia apresentou associação significativa apenas com dever filial. As atitudes de responsabilidade filial e comportamentos de cuidado estavam relacionados com o bem-estar do cuidador, o dever filial se associou somente no índice de bem-estar (p ≤0,05). O apoio financeiro e a ajuda nas atividades de vida diária (AVDs) foram fatores para a sobrecarga do filho cuidador (p ≤0,05), a companhia para a satisfação com a vida e o apoio emocional para a qualidade dos relacionamentos (p ≤0,05). Na etapa qualitativa, houve quatro categorias: Possibilidade de institucionalização dos pais; Expectativa de cuidado; Dificuldades em ser filho cuidador; Sentimentos de responsabilidade filial. Conclusão: a versão brasileira apresentou boa equivalência conceitual e semântica. Os resultados demonstram que os conceitos e itens utilizados no protocolo canadense são aplicáveis ao contexto brasileiro. Os filhos cuidadores apresentaram escores elevados de reponsabilidade filial, com maior prevalência de comportamentos no auxílio às AIVDs e apoio emocional. Sobrecarga esteve relacionada com dar apoio financeiro e emocional, ajudar em AVDs e prestar companhia.