A nomeação como fundamento do jornalismo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Santana, Eder Luis Cordeiro de lattes
Orientador(a): Seixas, Lia da Fonseca
Banca de defesa: Palácios, Marcos Silva, Lima, Marcus Antonio Assis, Pontes, Felipe Simão, Franciscato, Carlos Eduardo, Seixas, Lia da Fonseca
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas ( POSCOM) 
Departamento: Faculdade de Comunicação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/37852
Resumo: A tese defende que a nomeação se constitui em um dos fundamentos do jornalismo. Entende-se nomeação como fenômeno da linguagem responsável por dar a conhecer a respeito de objetos do discurso cruciais à produção da notícia. No jornalismo, defende-se neste trabalho que as palavras nomeadoras são cruciais desde o processo de elaboração da pauta à edição, pois, ao nomear, o jornalista recorre a um dos princípios basilares da sua função: a exatidão. Nesse contexto, a prática jornalística da nomeação é elaborada no processo de seleção e uso de determinados termos em detrimento de outros. Considera-se crucial nesse processo refletir sobre o jornalismo como forma de conhecimento (Park, 1972; Genro Filho, 2012; Meditsch, 1992, 1997; Sponholz, 2007, 2009) sem perder de vista seu caráter de instituição social legitimada para narrar o presente que, na atualidade, produz conhecimento em um contexto de inovação (Franciscato, 2005, 2018, 2019, 2020a, 2020b) reconhecidamente envolvo em um ecossistema pós-industrial de produção noticiosa (Anderson et al., 2013). Primeiro, um levantamento bibliográfico apresenta como diferentes áreas do saber colaboram para pensar a nomeação no discurso e seu diálogo com o jornalismo. Recorremos a perspectiva interacionista da linguística textual e o entendimento de referenciação (Mondada, 2020; Koch, 1998, 2001, 2003, 2020) e apresentamos a concepção de presença da nova retórica na teoria da argumentação (Perelman, 2014; Breton, 2003). No âmbito metodológico, a pesquisa está ancorada na análise de conteúdo, mais precisamente na técnica da análise da coocorrência, também conhecida como análise de contingência (Krippendorff, 2004; Bauer, 2005; Bardin, 2016). A base para coleta do corpus são três jornais que aparecem, ano após ano, entre os de maior tiragem nacional: Folha de S.Paulo, Estado de S. Paulo e O Globo. Foram analisados 387 enunciados separados entre informativo e opinativo. A proposta foi realizar uma análise diacrônica com conteúdos publicados em diferentes momentos históricos, de 1969 a 2019. A intenção foi identificar como a nomeação de um determinado grupo social, a comunidade LGBTQIA+, sofreu alteração ao longo de 50 anos. Entre as considerações finais está a localização de diferentes modalidades da prática jornalística da nomeação.