Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Costa, Mariana de Medeiros
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Orientador(a): |
Lage, Victor Coutinho
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Banca de defesa: |
Lage, Victor Coutinho
,
Oliveira, Jessica da Silva Correia de
,
Campos, Geraldo Adriano Godoy de
,
Meihy, Murilo Sebe Bon
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Bahia
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais - PPGRI
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Departamento: |
Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Professor Milton Santos - IHAC
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufba.br/handle/ri/41010
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Resumo: |
Intelectuais muçulmanas vêm reivindicando para si a função de reinterpretar as escrituras sagradas de modo a ocuparem um lugar na tradição intelectual islâmica que foi proibido a mulheres durante séculos. Isso nos aponta para um caminho importante: o islã é plural, fundamentado em textos sagrados, e o funcionamento de países muçulmanos e das leis islâmicas é baseado em diferentes interpretações desses textos. O argumento central, que estrutura e motiva a presente dissertação, parte do entendimento de que os trabalhos acadêmicos de diversas autoras engajadas com a discussão sobre gênero e islã trazem importantes contribuições para o campo de Relações Internacionais (RI). Ao recuperarem as ferramentas de interpretação dos textos sagrados para o islã, esses trabalhos oferecem uma dupla contribuição: contestam a metanarrativa secular que constitui aquele campo e fazem avançar o debate feminista em Relações Internacionais. Desse modo, o presente trabalho visa colocar em discussão as obras de intelectuais muçulmanas e o debate sobre perspectivas islâmicas das Relações Internacionais. Assim pergunta-se: como os feminismos islâmicos contribuem para o questionamento da metanarrativa secular presente na produção de conhecimento em Relações Internacionais? A dissertação explora as complexidades das dinâmicas globais que envolvem pensadoras muçulmanas e, ao mesmo tempo, reflete sobre a sua relevância para a construção de perspectivas das Relações Internacionais a partir de um olhar não-ocidental. Para tanto, exploramos como as ideias de algumas destas pensadoras podem informar e enriquecer a utilização de preceitos islâmicos na compreensão da política internacional. Através de uma revisão bibliográfica com foco teórico-conceitual, a pesquisa divide-se em três partes: a primeira analisa a relação entre islã e certos processos de leitura dos seus textos sagrados; a segunda busca identificar as bases das perspectivas islâmicas das Relações Internacionais; e a terceira constitui-se da análise dos trabalhos de quatro intelectuais muçulmanas – Amina Wadud, Fatima Mernissi, Ziba Mir-Hosseini e Lila Abu-Lughod – discutindo suas contribuições para o debate sobre a relação entre islã e Relações Internacionais. Dois conceitos são centrais e conectam os três capítulos da dissertação: umma (comunidade islâmica) e ijtihad (esforço individual no uso aplicado da razão). A umma é o fator que permite a complementaridade entre os trabalhos das autoras selecionadas e que engloba perspectivas de mulheres muçulmanas em diferentes contextos. Elas tecem produções antipatriarcais a partir do islã através da aplicação do ijtihad. É a partir desse atravessamento conceitual que acreditamos que as pensadoras islâmicas tecem contribuições valiosas para as Relações Internacionais. Por fim, concluímos que é possível pensar a umma como categoria analítica de Relações Internacionais e, através da perspectiva feminista islâmica, entendê-la como um espaço de disputa por equidade de gênero. |