Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Portugal, Clarice Moreira |
Orientador(a): |
Torrenté, Monica de Oliveira Nunes de |
Banca de defesa: |
Trad, Leny Alves Bomfim,
Kinoshita, Roberto Tykanori,
Iriart, Jorge Alberto Bernstein,
Marques, Tiago Pires |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Instituto de Saúde Coletiva
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduação em Saúde Coletiva
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/29013
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Resumo: |
Esta tese teve como objetivo geral elaborar uma cartoetnografia dos territórios existenciais e das práticas cotidianas de cuidado de adeptos do candomblé em processo de desinstitucionalização em saúde mental e vinculados a serviços de saúde mental de Salvador (BA) e adjacências. Para esses fins, nos valemos de uma nova abordagem teóricometodológica que aqui denominamos cartoetnográfica. A pesquisa envolveu entrevistas não estruturadas com os interlocutores-chave (participantes-usuários) e os interlocutores-satélite (profissionais de saúde mental, sacerdotes, familiares, amigos etc.), conjugada à observação participante nos moldes etnográficos nos espaços da vida cotidiana dos participantes (residência, terreiro, serviços de saúde, locais de lazer, espaços de trabalho, etc.). A análise de dados compreendeu dois movimentos contíguos: uma análise inicial do material empírico a partir de categorias éticas elaboradas no âmbito da pesquisa maior na qual o presente projeto se insere e a elaboração das categorias analíticas a partir das recorrências e idiossincrasias do campo, amparada no que propusemos como “matriz cartoetnográfica de linhas de pensamento”. Os resultados foram apresentados em três grandes blocos: o primeiro relacionado à experiência de crise, o segundo está ligado aos processos de acolhimento e cuidado, e o terceiro é dedicado às questões ligadas às relações familiares e gênero visando a apresentar em cada um deles os aspectos de constrangimento e empoderamento envolvidos. Foi possível concluir que a imersão religiosa nos terreiros de candomblé propicia vínculos de pertencimento e reconhecimento, assim como colabora para a elaboração de novas compreensões sobre si e o mundo, como também de uma ética do cuidado de si. Os sacerdotes se interessam e influenciam a condução do tratamento oferecido nos serviços de saúde mental, mas a articulação entre as duas instâncias de cuidado parece ser mais fruto de um esforço de síntese por parte das lideranças religiosas e de seus filhos do que fruto de um diálogo com os serviços. Por fim, destacamos como a imersão religiosa no candomblé contribui para a formulação de táticas e possibilidades de agência e resistência. Ampliam-se os circuitos de apoio mútuo que contribuem para a afirmação desses modos não-hegemônicos de estar no mundo e, dessa forma, da própria vida como valor. |