Associação do tempo de chegada a hospital de referência com tempo de internação, incapacidade e mortalidade de pessoas com acidente vascular cerebral isquêmico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Moraes, Mariana de Almeida lattes
Orientador(a): Mussi, Fernanda Carneiro lattes
Banca de defesa: Gama, Glicia Gleide Gonçalves lattes, Mussi, Fernanda Carneiro lattes, Baccin, Camila Rosália Antunes lattes, Jesus, Pedro Antonio Pereira de lattes, Santos, Carlos Antonio de Souza Teles lattes, Sampaio, Elieusa e Silva, Pires, Cláudia Geovana da Silva
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Enfermagem (PPGENF)
Departamento: Escola de Enfermagem
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/38303
Resumo: O objetivo geral deste estudo foi identificar a associação do tempo de chegada a um hospital de referência em neurologia (TCHR) com o tempo de internação (TI), a incapacidade e a mortalidade de pessoas que sofreram Acidente Vascular Cerebral isquêmico (AVCi). E os específicos foram: Estimar o TCHR para pessoas com AVCi; Identificar variáveis clínicas e sociodemográficas, a ocorrência de internação na Unidade de AVC (UAVC) no lócus do estudo e a procura prévia por serviços de saúde por essas pessoas; Verificar o TI em um hospital de referência em neurologia para elas; e Descrever a incapacidade funcional e a mortalidade até 90 dias do ictus do AVCi para essas pessoas. Coorte prospectiva com 308 pessoas hospitalizadas em Salvador-BA. A coleta de dados ocorreu de 03/2019 a 01/2020. Empregou-se estatística descritiva e inferencial. Na análise multivariada utilizou a regressão linear para o desfecho TI e a regressão logística para os desfechos incapacidade e mortalidade. Verificou-se nos modelos as variáveis modificadoras e as confundidoras entre o TCHR e os diferentes desfechos separadamente. Utilizou-se o Critério de Informação de Akaike para escolha do modelo final. Adotou-se significância estatística de 5%. Para os desfechos incapacidade e mortalidade, procedeu-se a correção dos riscos pelo Modelo de Poisson Robusto. A maioria dos participantes chegaram até 4.5 horas do início dos sintomas ou Wake up Stroke ao hospital de referência. A relação entre TCHR e TI foi modificada pela renda. No modelo multivariado estratificado por renda, o maior TCHR foi associado a maior TI, mas sem diferença estatística significante quando ajustados por escolaridade, pontuação da NIHSS e trombólise. No modelo estratificado por renda≤3 salários-mínimos, maiores pontuações da NIHSS e não ter realizado trombólise estiveram associadas a maior TI. A maioria da amostra (51.7%) apresentou Rankin de 3 a 5 após 90 dias do ictus. No modelo multivariado TCHR>4.5h e sexo feminino foram associados a maior incapacidade funcional. O desfecho óbito foi constatado para 19.4% em até 90 dias após o evento. A variável NIHSS foi modificadora da associação óbito e TCHR, observando-se no modelo multivariado estratificado por NIHSS≥14 que o TCHR>4.5h foi associado a menor mortalidade e a idade≥60 anos e ter FA a maior mortalidade. No modelo estratificado por NIHSS≤13 o Rankin prévio ao AVC≥3 e ter FA foram preditores para mortalidade. A realização de trombólise e pontuação elevada na NIHSS foram associados ao TI no modelo estratificado por renda; renda, sexo e TCHR>4,5 horas associaram-se a maior incapacidade funcional e idade≥60 anos, Rankin prévio≥3 e diagnóstico de FA foram associados a maior mortalidade após o AVCi nos modelos estratificados por NIHSS. O estudo mostra a necessidade de avanços na rede de atenção à saúde, assegurando o acesso precoce de pessoas com AVC a unidades especializadas, com disponibilização de maior número de leitos, ampliação de oferta de trombólise e tratamentos eficazes. Ressalta, também, a importância da prevenção primária do AVC para minimizar as repercussões negativas para a vida de indivíduos e famílias.