Empreendedorismo cultural como prática estética: uma etnografia estética do empreendedorismo musical em Salvador, Bahia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Marins, Simony Rodrigues lattes
Orientador(a): Davel, Eduardo Paes Barreto lattes
Banca de defesa: Davel, Eduardo Paes Barreto lattes, França Filho, Genauto de Carvalho lattes, Paiva Jr, Fernando lattes, Antonello, Claudia Simone, Elias, Sara Soares Traquina Alves
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Núcleo de Pós-Graduação em Administração (NPGA)
Departamento: Escola de Administração
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/37083
Resumo: O empreendedorismo cultural é aparentemente belo. Em outras palavras, ele é esteticamente valorizado, entretanto, ainda não é esteticamente teorizado. Esta é a principal lacuna a que esta pesquisa buscou imergir ao conceber o empreendedorismo cultural como prática estética, objetivo principal da tese. Nesta imersão, relacionamos os campos teóricos do empreendedorismo cultural, especialmente das artes e da cultura, empreendedorismo como prática e estética organizacional. Realizamos um estudo empírico qualitativo no campo artístico e cultural da música popular do pagode baiano. Esta música permite compreender a estética como uma construção socio-territorial que alimenta o empreender, dispondo ainda de tensões estéticas latentes que evidenciam a emergência de análises estéticas ao seu empreendedorismo, feito no contexto da cidade de Salvador (Bahia), polo de criação estética e cultural reconhecido como cidade da música. Metodologicamente, realizamos uma etnografia estética, pesquisa na qual a estética é método e objeto de pesquisa. Organizações empreendedoras (bandas de pagode) foram pesquisadas em eixos como o comunitário, organizacional e inovador. Como técnica de coleta de material empírico, documentos, registros audiovisuais, entrevistas e observação foram mobilizados. A análise de narrativas compôs a análise e interpretação das informações. Esta pesquisa resultou em sete produções nacionais e internacionais dentre artigos, caso para ensino e capítulo de livro. O objetivo do primeiro artigo foi consolidar uma compreensão integrada da produção acadêmica sobre a relação entre empreendedorismo, cultura e arte e propor perspectivas renovadoras para pesquisas futuras. O objetivo do segundo artigo foi integrar, estruturar e sistematizar o conhecimento sobre a etnografia estética no campo dos Estudos Organizacionais pela identificação, seleção e análise sistemática da produção acadêmica, envolvendo as Ciências Sociais, Humanas e Arte. O objetivo do terceiro artigo foi ampliar, consolidar e discutir a compreensão do empreendedorismo a partir dos estudos baseados em prática. O objetivo do quarto artigo foi entender como a estética aprimora a compreensão do enraizamento do empreendedorismo cultural. O objetivo do quinto artigo foi explorar e discutir uma perspectiva estética da inovação empreendedora. A sexta produção, o caso para ensino, teve como objetivo suscitar a aprendizagem estética do empreendedorismo cultural e artístico. Por fim, integramos um capítulo de livro que busca mostrar a importância da estética no empreendedorismo artístico e cultural e seu processo de inovação. Os resultados reforçam a visão processual do empreendedorismo, o discutindo como prática estético-política. O empreendedorismo cultural se torna um processo de práticas de sensibilidade em formas de sedução que aprimoram estéticas rumo à sublimes, como a inovação estética empreendedora. Discutimos contribuições para o empreendedorismo artístico e musical e revelamos demais contribuições teórico-epistemológicas, metodológicas e pedagógicas para o avanço do conhecimento em um empreendedorismo estético. Finalmente, discutimos importantes contribuições práticas para empreendedores, educadores, formuladores de políticas e praticantes dentro e fora de economias simbólicas como as indústrias criativas e culturais.