Anatomia corpoética em (de)composições: três corpus de práxis somática em dança

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Pizarro, Diego
Orientador(a): Grebler, Maria Albertina Silva
Banca de defesa: Fernandes, Ciane, Strazzacappa, Márcia Maria, Vitiello, Júlia Ziviani, Vellozo, Marila Annibelli, Campos, Laura Maria Brito Sales de
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Escola de Teatro
Escola de Dança
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/32962
Resumo: A partir de um emaranhado de espirais poéticas suscitadas pela pesquisa, desenha-se uma prática de criação em dança movida pela Somática e que pode ser denominada de Anatomia Corpoética, isto é, a arte de sensibilizar a existência multidimensional e multirreferencial para a criação de mundos (im)possíveis. Promove-se, assim, um inventário de parâmetros para a criação em dança, que estimulam redes somáticas processuais e emancipatórias em movimento de crescimento. O tema fundamental aqui tratado é a integração de dois sistemas somáticos complexos e abertos – Body-Mind Centering™ (BMC) e Cadeias Musculares e Articulares GDS – em suas formas de mover anatomias corporalizadas, a fim de transformar a poética de processos de composição em dança. Para tanto, são identificados, descritos, tensionados, performados e somatizados três corpus de práxis somática em dança como um caminho poético à organização e corporalização da tese e dos processos artísticos movidos pelo autor: CorpoEstuário, CorpOásis e CorPoÉtico. Cada corpus se correlaciona, numa paráfrase alegórica, com ambientes específicos da natureza e com três folhetos embrionários ontogenéticos: endoderme (corpo da frente), ectoderme (corpo de trás) e mesoderme (corpo do meio). Partindo de narrativas em primeira pessoa e da Abordagem Somático-Performativa, são apresentadas, discutidas, dançadas e desenhadas cinco obras coreográficas que atravessaram a tese ao longo de seu desenvolvimento. Evidencia-se, sobretudo, uma virada epistemológica contemporânea pela definição da Somática como campo epistemológico contemporâneo ocidental transdisciplinar de ecologia profunda na primeira pessoa do plural. A busca pela promoção de uma cultura somática em processos de composição em dança solicita uma visão ampliada do campo da Somática como um modo de estar no mundo, para além de visões limitantes e disciplinares promovidas no século XX; por vezes, de forma reducionista, especialmente, quando nomeada como Educação Somática. Por meio das experiências artísticas movidas pela anatomia corporalizada da Somática, foram identificados três eixos temáticos discutidos ao longo dos três folhetos da tese: 1 – a Somática como campo epistemológico; 2 – a Dança em modulação de estados de presença: a mente das células; 3 – a Somática como modo de criação composicional embrionária/fluida em dança. Tais temas se relacionam, respectivamente, com os procedimentos artísticos processuais identificados como: a autorregulação organísmica, por meio dos fluidos corporais e dos padrões celulares, movendo multiplicidades; a organização da postura e do gesto funcional na construção da verticalidade, encontrando abertura; a experimentação criativa de movimentos no caminho da performatividade.