Pelejas e arrudeios da dança/arte no curriculum e atos de currículo em escolas municipais de São Francisco do Conde/Bahia: por encruzilhadas, macumbização e performances afro-ameríndias

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Silva, Leonardo das Chagas lattes
Orientador(a): Ferraz, Fernando Marques Camargo
Banca de defesa: Ferraz, Fernando Marques Camargo, Conrado, Amélia Vitória de Souza, Macedo, Roberto Sidnei
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Dança (PPGDANCA)
Departamento: Escola de Dança
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/36636
Resumo: O construto investigativo deste trabalho trata do acontecimento e configuração da Dança/Arte no curriculum e atos de currículo, em escolas municipais do Ensino Fundamental de São Francisco do Conde-Bahia. Procurando ajustar-se, pois, às prerrogativas da linha de pesquisa Mediações culturais e educacionais em Dança, do PPGDança da UFBA, cuja dedicação volta-se trans e interdisciplinarmente ao estudo das concepções, composições e implicações políticas, culturais e educacionais que apresentam e dialogam com processos e formas de configuração em Dança, em diversas circunstâncias. Assim, manifestam-se como suas principais problemáticas especulativas as decorrentes questões: como acontece e se configura a Dança/Arte no currículo e atos de currículo em ambientes escolares da Educação Básica municipal de São Francisco do Conde, numa dimensão antirracista? Que proposições podem ser constituídas para o ensino-aprendizado da Dança/Arte no currículo sanfranciscano com base na experiência docente e/ou a partir da heurística construída pela pesquisa em pauta? Nesse sentido, objetiva-se compreender propositivamente como acontece e se configura o ensino-aprendizado da Dança/Arte no currículo e atos de currículos em escolas do Ensino Fundamental da Rede Municipal de Educação Básica de São Francisco do Conde, através da perspectiva antirracista, galgado na experiência docente e nos encontros com as comunidades escolares. Para tanto, por meio da abordagem qualitativa, tendo a pesquisa de campo como procedimento investigativo, aproxima-se dos estudos da Antropologia, baseando-se na observação participante (INGOLD, 2016); da Filosofia da Ancestralidade (OLIVEIRA, 2005), dos Estudos da Performance (LIGIÉRO, 2011), da Pedagogia das encruzilhadas (RUFINO, 2019), assim como do campo do Currículo (FORQUIN, 1996), (SILVA, 2005), (MACEDO, 2017) e (LOPES & MACEDO, 2011). A partir disso, explana-se o conceito de atos de currículo de Macedo (2017), enquanto dispositivo formativo, as noções de performance, de Ligiéro (2011), assim como as ideias conceptuais de corpo, encruzilhada e terreiro (RUFINO, 2019), da mesma forma de macumba (SIMAS & RUFINO, 2018) e macumbização (MALOMALO, 2016), à luz da sapiência da tradição cultural afroameríndia e afro-brasileira, em contraponto ao racismo cultural (FANON, 1980, apud ALMEIDA, 2018) e racismo epistêmico (MIGNOLO, 2008, apud RUFINO, 2019), que afeta ordinariamente as instituições e a maioria dos corpos negros que configuram, majoritariamente, as escolas municipais sanfranciscanas e as públicas do Brasil, em geral. A principal justificativa deste trabalho compreende, sobremaneira, a observância das leis 10.639/2003 e 11.645/2008, do mesmo modo que a lei 13.278/2016. Considera-se aqui, as pelejas e os arrudeios como modos de enfrentamentos estrategicamente incessantes em favor da incorporação dos saberes-fazeres afro-ameríndios na proposta curricular e pedagógica do ensino de Arte, enquanto forma de conhecimento escolar (MOREIRA & CANDAU, 2008), sem perder de vista, aliás, que seu ensinamento na escola como componente curricular deve prover e garantir a efetiva presença das respectivas linguagens artísticas no currículo, a saber: Dança, Música, Teatro e Artes Plásticas/Visuais. Arremata-se esta investigação acadêmica, considerando, portanto, suas discussões e reflexões em pauta numa dimensão antirracista, cuja relevância e seu posicionamento consiste, consideravelmente, em tensionar algumas das concepções sobre o currículo e o ensino/aprendizado da Arte na escola, cujos conteúdos ainda são, restritivamente, euroreferenciados.