CATIÇO: a construção do corpo negro na encruzilhada

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Petronílio, João Paulo lattes
Orientador(a): Conrado., Amélia Vitória de Souza
Banca de defesa: Conrado, Amélia Vitória de Souza, Santos, Inaicyra Falcão dos, Ferraz, Fernando Marques Camargo
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Dança (PPGDANCA)
Departamento: Escola de Dança
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Exu
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/36302
Resumo: Esta pesquisa, que tem como tema “Catiço: a construção do corpo negro na encruzilhada”, é fruto da relação intíma do pesquisador com o acervo sociocultural e filosófico que constitui as dimesões performáticas sobre Exu em suas condições e traduções possíveis pela diáspora transatlântica: África x Brasil, tendo como recorte as recriações do mesmo signo cultural/divindade em territórios brasileiros, os Exus e as Pombagiras — nomeados também de forma popular como Catiços, Castiços, escravos, encatados e outros. Desse modo, este estudo propõe uma reflexão crítica dos caminhos cruzos em que a simbologia de Exu, em suas diversas traduções, se estabeleceu como um signo central do acontecimento da cultura africana no Brasil. A partir de um processo metodológico que vê no corpo o lugar primeiro da experiência exuzíaca, o trabalho se desenvolveu a partir das memórias que constituem o próprio-corpo/ser do pesquisador, bem como da relação intíma de troca e escuta com outros sujeitos-corpos, nomeados de “guardiões das memórias”, que estão imersos nos contextos (candomblés, umbandas e outros) que produzem e dizem sobre os Exus e as Pombagiras. Como desdobramento de tais relações, a pesquisa conclui-se como um pensamento de dança assentado nas complexidades das práticas performáticas brasileiras centradas no negro, a partir da investigação do acontecimento corporal, estético e político presente nas performances de Exu e Pombagira. É proposto o pensamento de dança nomeado como “Vibrar, girar, desiquilibrar, cair e voltar: o acontecimento corporal de Exus e Pombagiras”, um fazer artístico contra-hegemônico que suscita novas narrativas e possibilidades epistêmicas para aréa de conhecimento da dança no Brasil. Para isso, foram fundamentais os conceitos de “performance-ritual” de Martins (2002), os estudos de “Corpo-Ancestralidade” de Santos (2006) e “The State of Research on Performance in Africa” de Drewal (1999). Como materialização do caminho conceitual e prático desta pesquisa, produziu-se uma obra cinematográfica de curta-metragem nomeada de CATIÇO, um filme de dança produzido por João Petronílio, Laryssa Machada e Victor Mota, dísponivel através da tecnologia de acesso leitor de códigos Q.R code no último capítulo desta dissertação.