Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Reis Junior, Hildeberto da Silva |
Orientador(a): |
Ramos, Elizabeth Santos |
Banca de defesa: |
Cruz, Décio Torres,
Oliveira, Marinyze Prates de |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Instituto de Letras
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Literatura e Cultura
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/26388
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Resumo: |
A trajetória temática de representação homossexual no cinema produz uma força de presença, que aos poucos desfaz a condição de simulacro há muito atribuída ao sujeito não-heterossexual. O filme Private Romeo (2011), dirigido por Alan Brown, é exemplo de um produto midiático, cuja proposta só é possível em face do rastro de produções que o antecedem. Trata-se de uma tradução intersemiótica da peça Romeu e Julieta, escrita por William Shakespeare, no século XVI. A releitura do diretor Brown apresenta dois jovens soldados de um colégio militar estadunidense – um ambiente cuja atmosfera de opressão valoriza determinados valores ligados à moralidade social em detrimento da expressão do individual – no instante de descoberta do desejo sexual mútuo. Tal proposta fílmica funciona como crítica ao contexto heteronormativo dentro do sistema militar norte americano, rígido e moralista, no qual, durante muitos anos, existiu uma política institucionalizada e constitucionalizada de discriminação, proibindo militares homossexuais de assumirem sua identidade sexual. A adaptação fílmica Private Romeo traduz o texto dramático Romeu e Julieta, com uma proposta de desconstrução de paradigmas sobre homoafetividade, identidade sexual e papeis de gênero, saindo de um modelo de discurso heteronormativo, no qual o texto dramático shakespeariano está inserido, já como uma repetição em diferença do tema ocidental do amor proibido, e propõe novas expressões sobre moral, corpo e linguagem. Esta dissertação sugere uma análise da narrativa do filme em questão a partir, principalmente, da leitura das discussões introduzidas por Judith Butler (2016) e Eve Kosofsky Sedgwick (1990), sobre a discussão em torno das identidades sexuais e papéis de gêneros regulamentados por e no mundo ocidental; Michael Foucault (1999), sobre a sexualidade; Jacques Derrida (1995), com a discussão sobre rastro, escritura e diferença na tessitura dos textos; Gilles Deleuze (2000), com a proposta de reversão da hierarquização platônica modelo-cópia-simulacro. A construção do casal protagonista dentro dos aspectos e da concepção do filme de 2011 é o recorte tomado para a análise, tendo em vista o perigo da universalização, normatização e higienização da história de sujeitos não-heterossexuais, que, no filme, é contada através das vozes canônicas das personagens criadas por William Shakespeare. Nesse sentido, Private Romeo, como produto da leitura crítica da anterioridade, é objeto capaz de propor análise e discussão sobre a potência positiva de um grupo social cuja identidade sexual é rotulada como um tipo de simulacro platônico. Em outras palavras, discute-se o caráter de desvio atribuído e regulado pelos aparatos sociais para os sujeitos e as relações não-heterossexuais e suas identidades sexuais. |