Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Barreto, Márcia Gabriela de Aguiar |
Orientador(a): |
Bellini, Lígia |
Banca de defesa: |
Bellini, Lígia,
Pacheco, Moreno Laborda,
Silva, Maria Conceição Barbosa da Costa e,
Santana, Tânia Maria Pinto de,
Silva, Cândido da Costa e |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em História
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/31952
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Resumo: |
No século XIX, a Igreja Católica no Brasil empreendeu um processo de reforma em resposta à crise do clero, motivada pela falta de padres e pelo relaxamento dos costumes influenciados, em certa medida, pelos ideais liberais. Tal reforma tem repercussões na reestruturação dos seminários e das ordens religiosas. Também por força da Ilustração, a cidade da Bahia se encontrava mergulhada no mundo da leitura e da tipografia, que viu emergir as gentes e os ofícios ligados ao livro. Diante da contestação da importância das antigas ordens religiosas, os beneditinos vislumbraram na atuação no campo das letras e da docência uma estratégia para reafirmar seu prestígio social. Vinculado ao campo da História da Cultura Escrita, o estudo busca compreender as relações entre os monges da Ordem de São Bento, a sociedade baiana oitocentista, o livro e as novas ideias que circulavam. A investigação está fundamentada em documentos históricos, manuscritos e impressos, em especial, do Arquivo e da Biblioteca do Mosteiro de São Bento da Bahia, e em periódicos do século XIX. Para o entendimento do modo de vida monástico, realizou-se, também, a consulta à Regra de São Bento e outras obras específicas sobre a história da ordem beneditina, em Portugal e no Brasil, a fim de distinguir suas fases históricas e especificidades. Da consulta ao Plano e Regulamentos de Estudos e ao Ceremonial Monástico, é possível depreender as recomendações sobre a leitura vinculada ao estudo e a leitura e à oração, mediadas pelos textos sagrados. Através da análise das diversas práticas beneditinas de escrita, a exemplo dos sermões, do Dietario e dos artigos, folhetins e poesias publicadas pelos monges nos periódicos baianos, constatamos que as experiências de escrita desenvolvidas no mosteiro de São Bento na Bahia estavam associadas ao cotidiano da vida claustral, obedecendo ao modelo de escrita monástica, mas, também, estavam a serviço de uma missão reformadora e civilizadora na qual se destacavam os sermões e a escrita literária. Os beneditinos escreviam dentro de um padrão, porém, é perceptível um uso político no qual os monges lançaram mão da pena para reafirmar seu papel social em uma época em que a Igreja se sentia ameaçada pela secularização. Os monges se esforçaram para manter uma tradição ligada às letras e, ao mesmo tempo, demonstraram uma disposição em seguir as tendências da época, revelando-se leitores de obras contemporâneas. |