Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Prudêncio, Sandra Cerqueira Pereira
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Orientador(a): |
Mota, Jacyra Andrade
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Banca de defesa: |
Coelho, Juliana Soledade Barbosa,
Paim, Marcela Moura Torres,
Abbade, Celina Márcia de Souza,
Santos, Elisângela Santana dos,
Mota, Jacyra Andrade,
Almeida, Aurelina Ariadne Domingues,
Ribeiro, Silvana Soares da Costa,
Ramos, Conceição de Maria de Araujo,
Oliveira, Marilucia Barros de |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Língua e Cultura (PPGLINC)
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Departamento: |
Instituto de Letras
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufba.br/handle/ri/36042
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Resumo: |
Nesta tese, encontram-se resultados de um estudo empreendido acerca das denominações de cachaça, com base nas informações coletadas pelos pesquisadores do Projeto Atlas Linguístico do Brasil (ALiB), nos nove estados do Nordeste, onde foram entrevistados 348 informantes conceptualizadores e categorizadores, que, conforme a metodologia do Projeto, correspondem a oito, em cada capital, e quatro, em cada cidade do interior, distribuídos em duas faixas etárias – I (18 a 30 anos) e II (50 a 65 anos); os dois sexos; e dois níveis de escolaridade: (i) fundamental, na capital e nas cidades do interior, e (ii) universitário, apenas, nas capitais. O estudo tem como objetivo realizar a exegese a partir das informações apresentadas pelos informantes conceptualizadores e categorizadores nordestinos, ao responderem à questão 182 do Questionário Semântico Lexical (QSL): AGUARDENTE (COMITÊ NACIONAL DO PROJETO ALiB, 2001, p.36), “Como se chama a bebida alcoólica feita da cana-de-açúcar?” Foram consideradas 753 ocorrências, que estão organizadas em 71 lexias, classificadas em simples e complexas, nas quais se encontram 44 nomes comuns e 27 nomes-marca. A natureza dos dados obtidos levou a uma abordagem interdisciplinar, estabelecida entre a Dialetologia, a Etnolinguística e a Linguística Cognitiva, consubstanciadas pelos estudos da Onomástica e da Lexicologia. Essas vertentes da Linguística consideram imprescindível a relação entre o ser humano, a língua que utiliza em suas interações e o mundo e a cultura que o cercam. A relação teórica interdisciplinar adotada possibilitou seguir um viés de interpretação e taxonomia dos dados, em que se considerou que, ao apresentar as suas respostas, os informantes conceptualizadores e categorizadores recorreram a Modelos Cognitivos Idealizados (MCI), dentre os quais se destaca o PARTE-TODO, como se teve em denominações como limpa, pura, Ypióca, Pitú. De uma forma geral, os resultados apontam para as considerações relacionadas aos itens léxicos apresentados como resposta à pergunta 182 do QSL, destacando-se, com maior produtividade e abrangência de usos, a lexia cachaça, considerada como prototípica, já que foi citada pelos entrevistados de todas as localidades pesquisadas e, ainda, nas mais diversas situações de elocução, presentes no decorrer das entrevistas. Dentre os nomes-marca, destaca-se Pitú, que é produzida em Pernambuco e apresentou grande representatividade nas entrevistas dos participantes pernambucanos, bem como nas de outros estados nordestinos. As categorizações reveladas pelos informantes conceptualizadores nordestinos permitiram que fossem elaboradas redes radiais, que revelam a representatividade sociocultural das 71 lexias, conforme produtividade de ocorrência e de abrangências. O item lexical prototípico e os que se encontram no raio mais próximos a ele estão cartografados, para que seja visualizada a distribuição espacial dessas variantes. O estudo da história do Nordeste brasileiro e da histórica da cachaça foram importantes para melhor conhecer esse relevante elemento cultural do povo brasileiro, cujo domínio de experiência se mostrou diverso e amplo. |