Produção do conhecimento Stricto Sensu dos professores que trabalham nos cursos de Educação Física da Bahia - 1982 a 2012: determinações históricas da política nacional de pós-graduação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Alves, Moises Henrique Zeferino
Orientador(a): Taffarel, Celi Nelza Zulke
Banca de defesa: Santos Júnior, Cláudio de Lira, Gamboa, Silvio Ancizar Sanchez
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Faculade de Educação
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Educação
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/22518
Resumo: Essa dissertação é parte do esforço que vimos realizando na linha de pesquisa epistemologia do grupo LEPEL da FACED/UFBA, em vista ao balanço crítico da produção do conhecimento stricto sensu em Educação Física na região nordeste. Parte do acúmulo de estudos e investigações desenvolvidas no projeto EPISTEFNORDESTE/Bahia que tem como título: Projetos integrados de pesquisa em rede: Realidade e possibilidades da produção do conhecimento em educação física, esporte e lazer dos docentes (mestres e doutores) de instituições formadoras de professores de educação física do estado da Bahia – 1982 a 2012, que se articula ao projeto temático do grupo PAIDEIA/FE/UNICAMP - Produção do conhecimento em Educação Física no nordeste do Brasil: análise cienciométrica e epistemológica dos impactos do sistema de pós-graduação na formação de docentes, mestres e doutores, e na implementação da pesquisa nas instituições do ensino superior da região nordeste. Tem como problema de investigação: Quais as contradições da produção do conhecimento dos professores que trabalham em cursos de Educação Física no estado da Bahia (1982-2012), considerando nexos e determinações contraditórias dos Planos Nacionais de Pós-graduação? Têm como fonte de dados/informações a análise de 86 produções (teses e dissertações) produzidas por professores de Educação Física que trabalham nos cursos de formação de professores de Educação Física do estado da Bahia no período de 1982 a 2012 e a análise de cinco Planos Nacionais de Pós-Graduação. Para a análise dos dados, partimos da base teórica do materialismo histórico-dialético. Os procedimentos de análise se basearam nos apontamentos de Kosik: (1976, p. 37), Minuciosa apropriação histórica do objeto com pleno domínio do material investigado; Análise das formas de desenvolvimento do material investigativo sobre o objeto; Investigação da coerência interna do objeto. Os resultados apontam que a produção do conhecimento que analisamos possui um caráter predominantemente conservador e reacionário, com interesses atrelados a classe dominante e a serviço do capital, sendo 70% desenvolvida com base nas leis e princípios da lógica formal e apenas 30% com base na lógica dialética. Os determinantes históricos que explicam essa realidade, considerando a Política Nacional de Pós-graduação, que indentificamos foi: a) o estado burguês, enquanto comitê responsável por gerir os negócios da burguesia, não pode traçar políticas públicas que atendam aos anseios da classe trabalhadora, tão pouco uma Política Nacional de Pós-graduação que coloque o conhecimento produzido nos programas de pós-graduação a serviço das necessidades de emancipação dos trabalhadores; b) o modo de produção capitalista no atual estágio de seu desenvolvimento é marcado pela sua crecente dificuldade de valorização, o que o impele a impor a escala global o ajuste permanente fundomonetarista com o objetivo de reverter a queda da taxa de lucro e criar condições renovadas para a exploração do trabalho, no contexto da qual a universidade e produção do conhecimento é colocada a serviço deste objetivo, cujas consequências são a consituição da universidade operacional e a integração da pesquisa ao capital produtivo; c) Os PNPG apresentam objetivos e diretrizes que orientam a pós-graduação de modo a fomentar a privatização e mercadorização do conhecimento, o estranhamento do trabalho do professor/pesquisador, o produtivismo acadêmico e, consequentemente, uma lógica formal de se fazer ciência.