Coping ocupacional e bem-estar no trabalho em profissionais de UTI

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Santana, Lhaís Alves de Souza Pereira lattes
Orientador(a): Fernandes, Sônia Regina Pereira
Banca de defesa: Carneiro, Laila Leite, Fernandes, Sônia Regina Pereira, Barros, Leonardo de Oliveira, Tironi, Márcia Oliveira Staffa, Passos, Maria Fabiana Damásio, Andrade, Rayana Santedícola
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Psicologia (PPGPSI) 
Departamento: Instituto de Psicologia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/38718
Resumo: Contextos de trabalho marcados pela presença de demandas variadas, como as Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), requerem investigações sobre o modo como os profissionais enfrentam (coping) essas demandas e os impactos desse enfrentamento sobre o seu bem-estar. Nesse sentido, essa tese teve como objetivo identificar as relações entre as estratégias de coping utilizadas pelos profissionais de unidades de terapia intensiva (UTIs) e os indicadores de bem-estar no trabalho (BET), considerando as características do trabalho (demandas e recursos) bem como as características pessoais dos profissionais (traços de personalidade). Para alcançar esse objetivo, foram desenvolvidos três estudos. O estudo 1, realizado através de uma revisão de escopo de literatura, apontou para a importância de considerar não somente as demandas (estressores), mas também os recursos disponíveis no contexto de trabalho para um melhor entendimento da relação entre coping e bem-estar nesse contexto. O estudo 2, a partir de uma abordagem qualitativa de análise dos dados, obtidos através de entrevistas semiestruturadas realizadas com 35 profissionais de UTI, identificou demandas inerentes ao trabalho (e.g., gravidade do quadro do paciente) e recursos vinculados ao suporte - social, instrumental, informacional e/ou organizacional (e.g., suporte informacional) como características relevantes neste contexto; pôde-se identificar também uma maior frequência no uso do coping controle e, de forma predominante, a vivência de BET (afetos positivos) entre os profissionais. O estudo 3, realizado através de um levantamento quantitativo (n = 157), identificou que, de forma geral, o coping focado no problema contribui para o bem-estar no trabalho, exceto entre profissionais com nível alto no traço neuroticismo; este tipo de coping interage com os traços conscienciosidade (de forma positiva) e neuroticismo (de forma negativa) em suas relações com o BET; foi observado também que o coping focado na emoção e o coping evitativo prejudicam o bem-estar; ademais, as análises de correlação apontaram para a importância da oferta dos recursos autonomia e suporte social bem como da baixa exposição às demandas sobrecarga de papeis e pressão da responsabilidade para uma maior vivência de BET entre profissionais de UTI. Em conjunto, esses estudos possibilitaram avançar no entendimento teórico do bem-estar no contexto de trabalho ao apresentar as relações estabelecidas com o coping, com as características do trabalho e com as características pessoais em profissionais de UTI, que são expostos a diversos estressores. Esse entendimento pode fundamentar intervenções que contribuam com o bem-estar dos trabalhadores e refletir na melhoria do atendimento aos pacientes. Limitações e sugestões para estudos futuros são apresentadas, de forma específica, nos estudos 1, 2 e 3.