“Jucu, jacutia, a gente dá comida pro jacu!”: as culturas infantis: contributos na produção da identidade do currículo para educação quilombola

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Miranda, Marina Rodrigues
Orientador(a): Pimentel, Álamo
Banca de defesa: Oliveira, Eduardo David de, Foerste, Gerda Margit Schutz, Macedo, Roberto Sidney, Bordas, Miguel Angel García
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Faculdade de Educação
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/26955
Resumo: As discussões sobre relações étnico-raciais são a pauta educativa na contemporaneidade. O Brasil, nessa referência, implementou políticas educacionais, tendo em vista a diversidade de grupos étnico-raciais no país, sobretudo, indígenas e afro- descendentes dos meios urbano e rural e, mais particularmente, as comunidades de áreas remanescentes de quilombos. As pesquisas têm, também, atenção especial à escolarização dos afro-brasileiros. Finalmente, estão se legitimando discursos voltados à educação para a diversidade e a Inclusão Educacional. Tenho assumido, como educadora, essa pauta que consolida caminho para construção de novos horizontes formativos à diversidade cultural, engendradas à discussão do currículo para uma educação antidiscriminatória. Problematizando essa discussão, investigo, nesta pesquisa em educação, o tratamento voltado à diversidade das culturas de infância, na identidade cultural afro- descendente, entrelaçada às questões do currículo. Nesse respaldo, opto por estudar as crianças em suas especificidades de culturas, compreendendo as culturas dos “pequenos”, diferenciadas da cultura do adulto, problematizando as culturas de infâncias em suas especificidades como valorosas à construção do currículo. Sendo assim, a gênese desse estudo teve, como principal objetivo, estudar os modos de ser criança na educação infantil, verificando como elas constroem as suas culturas em busca de compreender se, ao cerzi-las, identificam os modos das vivências quilombolas e, como o currículo, o qual as crianças são sujeitas, lidam com esses saberes-fazeres de infâncias. Sustento a tese de que as culturas de infância, e no caso particular, as culturas de infâncias quilombolas, ainda não são levadas em conta nas práticas curriculares desenvolvidas nos espaços de Educação de infância. As crianças são protagonistas na produção do conhecimento, entretanto esses saberes são modelados num currículo que se perpetua em paradigmas que não acolhem as suas culturas. Afirmo, também, nesta tese, que as crianças referendam a produção social do currículo. Parto de uma investigação em comunidade quilombola que permite afirmar que o arcabouço cultural de infâncias constitui-se de extrema importância, mas que ainda é pouco valorizado em pesquisas educacionais. A pesquisa me permite afirmar que crianças de um território em que se predomina formas culturais específicas, cultura quilombola, saberes afrodescendentes, diferem- se em suas produções culturais de infâncias. É esse universo produtivo de culturas, revelando-se como um objeto de estudo, que permite abordar a construção do currículo na especificidade quilombola.