Efeitos da toxina botulínica A em masseteres de ratos em modelo experimental de dor inflamatória

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Neves, Ilana Dantas lattes
Orientador(a): Aguiar, Marcio Cajazeira lattes
Banca de defesa: Aguiar, Marcio Cajazeira lattes, Santos, Gisele Graça Leite dos lattes, Teixeira, Tatiane de Oliveira lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Processos Interativos dos Órgãos e Sistemas (PPGORGSISTEM) 
Departamento: Instituto de Ciências da Saúde - ICS
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/37764
Resumo: A disfunção temporomandibular (DTM) compreende um conjunto de distúrbios envolvendo os músculos mastigatórios, a articulação temporomandibular e estruturas associadas. Um dos sintomas mais frequentes relatados pelos pacientes são as dores nos músculos mastigatórios. Dentre as terapias propostas, destaca-se a toxina botulínica (TNBo/A). Embora existam algumas evidências sobre o seu efeito antinociceptivo, pouco se conhece sobre sua ação e os seus efeitos indesejáveis quando aplicada em um músculo da mastigação. O presente estudo avaliou os efeitos da toxina botulínica sobre a nocicepção, o reparo e o processo inflamatório no músculo masseter de ratos em um modelo experimental de dor inflamatória. Carragenina, uma droga inflamatória, foi injetada no músculo de masseter de ratos tratados com TNBo/A ou com o anti-inflamatório não esteroide ibuprofeno. Masseteres infiltrados com soro fisiológico foram usados como controle. A mensuração do limiar nociceptivo foi executada com um analgesímetro digital Von Frey antes e após da carragenina 5 horas, 1, 3 e 7 dias de sua administração. Decorridos 8 dias da administração da carragenina, os animais foram eutanasiados, sendo seus masseteres encaminhados para processamento e análise histológica. Em comparação com o grupo tratado apenas com carragenina, os espécimes tratados com carragenina e TNBo/A mostraram um aumento nos percentuais de variação do limiar nociceptivo em relação ao basal nos períodos de 1 (um) dia (p < 0,001), 3 (três) dias (p < 0,001) e 7 (sete) dias (p < 0,05). O efeito da TNBo/A sobre a nocicepção foi similar ao observado no grupo tratado com carragenina e ibuprofeno, não havendo diferença estatisticamente significante entre os grupos (p > 0,05). A avaliação histológica mostrou áreas focais de destruição tecidual e um infiltrado inflamatório crônico com alguns linfócitos, muitos macrófagos e raros mastócitos no local da infiltração da carragenina em todos os grupos experimentais, sendo discretamente mais extensas no grupo tratado com TNBo/A. Estes achados revelaram que a TNBo/A possui um efeito antinociceptivo em condições dolorosas no músculo masseter, mas pode se constituir em um elemento adicional de dano tecidual se um ambiente inflamatório está instalado no tecido muscular, não se constituindo, portanto, na primeira opção para o tratamento de dores miofasciais.