A ontologia política de Hannah Arendt

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Santos, Marcus Gabriel Miranda lattes
Orientador(a): Pereira, Leonardo Jorge Da Hora lattes
Banca de defesa: Peres, Daniel Tourinho, Almeida, Vanessa Sievers de, Bodziak Junior, Paulo Eduardo, Dias, Lucas Barreto, Pereira, Leonardo Jorge Da Hora
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Filosofia (PPGF) 
Departamento: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFCH)
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/39600
Resumo: Tendo em vista a busca por uma compreensão mais global e histórico-filosoficamente situada do pensamento da filósofa e teórica política alemã Hannah Arendt, esta tese investiga os caminhos pelos quais a autora empreende em sua obra, numa dinâmica consistente de apropriação crítica das teses centrais que conformam as tradições filosóficas contemporâneas que diretamente a formaram enquanto pensadora, uma virada filosófica de amplas implicações ontológicas. Temos, assim, como objetivo geral, tornar explícito como Arendt, partindo do entrecruzamento contemporâneo entre as tradições fenomenológica, existencialista e hermenêutica, concebe uma ontologia fundamentalmente política, inserindo a categoria da pluralidade, central ao seu pensamento, no seio do pensar filosófico, de modo a implodir seus alicerces tradicionais. Mais do que uma ontologia regional da dimensão política da existência humana, Hannah Arendt nos propõe uma filosofia fundada numa noção de ser constituída sempre desde a pluralidade enquanto condição ontológica fundamental da existência humana. Nesse sentido, trataremos, desde um primeiro momento, de encontrar o cerne ontológico e metodológico do pensamento de Arendt em sua relação para com o pensamento de autores como Edmund Husserl, Martin Heidegger, Karl Jaspers e Maurice Merleau-Ponty, dentre outros. Partindo, então, de um tal enraizamento, buscaremos, centralmente, primeiro, conceber o modo propriamente arendtiano de descrever fenomenologicamente o mundo que, em sua atualização cotidiana, a existência humana, por assim dizer, abre para si. E, em seguida, tendo como pedra de toque a importante distinção arendtiana entre verdade e sentido, proporemos uma interpretação sistematizadora do núcleo da ontologia arendtiana em torno da compreensão das articulações estruturais do mundo fenomênico e da dinâmica humana de significação do mesmo. Por fim, se fará o esforço por compreender e trazer à tona, de modo indicativo, as relações profundas entre esse cenário radicalmente filosófico-ontológico e o panorama mais bem conhecido e vastamente estudado, ainda que com resultados muitas vezes divergentes, do pensamento político arendtiano. Se farão notar, nesse processo, os contornos de uma normatividade filosófica presente no pensamento de Arendt que aponta para um entendimento da democracia como imperativo ontologicamente fundamentado da existência humana.