Crenças e altitudes linguísticas: um estudo comparativo de línguas em contato em duas comunidades do Oeste paranaense

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Fenner, Any Lamb
Orientador(a): Mota, Jacyra Andrade
Banca de defesa: Mota, Jacyra Andrade, Aguilera, Vanderci de Andrade, Sella, Aparecida Feola, Cardoso, Suzana Alice Marcelino, Paim, Marcela Moura Torres
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto de Letras
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Letras e Lingüística
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/28667
Resumo: Esta tese relata uma investigação sobre crenças e atitudes linguísticas de informantes de duas comunidades, localizadas na região Oeste do Paraná: Guaíra e Marechal Cândido Rondon. O histórico de povoamento dessa região do estado e a proximidade da fronteira com a Argentina e, principalmente, com o Paraguai resultaram num cenário multicultural e multilíngue peculiar, de modo que o estudo das crenças e atitudes linguísticas e suas motivações podem servir para retratar como se constitui um contexto de línguas em contato. A abordagem teórica está ancorada nos princípios da Sociolinguística, da Sociologia da Linguagem e da Psicologia Social. O estudo parte de dados obtidos por meio do Projeto Crenças e atitudes linguísticas: um estudo da relação do português com línguas de contato, coordenado por Aguilera (2009), realizado em localidades fronteiriças ao Paraguai e à Argentina e/ou em localidades com histórico de colonização por imigrantes e descendentes. O material colhido por meio do Projeto constituiu-se de respostas dadas a perguntas de um questionário dirigidas a 18 informantes de cada localidade, selecionados a partir de três variáveis extralinguísticas: nível de escolaridade, faixa etária e sexo. Para este estudo, buscou-se verificar se havia preconceito ou estigmatização em relação à língua de herança dos diferentes grupos étnicos presentes nas comunidades, bem como em relação aos próprios usuários. Investigou-se também se as crenças e atitudes linguísticas se mostravam diferentes entre as duas comunidades, dado que apresentam características geográficas, histórico-culturais e socioeconômicas distintas. A hipótese inicial era a de que, em Marechal Cândido Rondon, haveria prestígio do dialeto do colonizador – no caso, dos descendentes de alemães –, sentimento que não ocorreria em Guaíra, que conta com uma população mais heterogênea, formada por culturas diversas e marcada pelas relações de fronteira. Os dados do corpus foram submetidos à análise quantitativa e qualitativa. Entre os principais resultados obtidos, estão os seguintes: a) em Marechal Cândido Rondon, verificou-se a presença de traços linguísticos típicos da fala do colonizador alemão, que mantém as variedades dialetais de origem ou o sotaque característico do português de contato, e constataram-se atitudes contraditórias dos informantes rondonenses com relação à variedade de alemão falada na localidade (prestígio encoberto); b) em Guaíra, verificou-se aceitação em relação à maioria dos grupos étnicos que compõem a comunidade, especialmente os descendentes de japoneses, e observou-se a existência de significativa interação com falantes de espanhol e de guarani, com predomínio do uso de uma variedade linguística de fronteira – o portunhol – com a finalidade de estabelecer uma comunicação mais compreensível.