Arboviroses em Salvador: emergência, distribuição espaço-temporal, determinantes e consequências para a Saúde Coletiva

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Paploski, Igor Adolfo Dexheimer
Orientador(a): Ribeiro, Guilherme de Sousa
Banca de defesa: Teixeira, Maria da Glória Lima Cruz, Costa, Federico, Cardoso, Cristiane Wanderley, Alegre, Adriano Figueiredo Monte
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto de Saúde Coletiva
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduação em Saúde Coletiva
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/26319
Resumo: Vários arbovírus tem circulado no Brasil nos últimos anos, entre as quais o vírus da dengue, identificado no Brasil desde os anos 1980, e mais recentemente, os vírus chikungunya e Zika. No ano de 2015, uma epidemia causada pelo vírus Zika atingiu a cidade de Salvador. Esta epidemia ocorreu de forma repentina, afetou grande parte da população e teve um início, meio e fim bem determinados. Após a ocorrência desta epidemia, um aumento no número de casos de Síndrome de Guillain-Barré e de malformações congênitas em recém nascidos foi percebida. O tempo que decorreu desde a epidemia por Zika e a ocorrência dos casos de Guillain-Barré e de malformações congênitas sugere que a epidemia causada pelo vírus Zika pode estar associada à ocorrência destas manifestações graves. Apesar da ocorrência de arboviroses em Salvador há cerca de 40 anos, informações sobre que áreas são mais afetadas e sobre a variabilidade na distribuição de casos entre diferentes momentos epidêmicos e não epidêmicos ainda são escassas. Utilizando dados de uma vigilância aprimorada para síndrome febril aguda, na qual os indivíduos eram sistematicamente testados para dengue, identificamos que áreas diferentes de um bairro foram mais afetadas em diferentes epidemias, o que pode dificultar ações de controle entomológico para diminuir a ocorrência de dengue. Estas ações de controle entomológico se baseiam na premissa de que a ocorrência de casos de arboviroses se deve a diferenças entre a abundância de mosquitos vetores em diferentes ambientes. Utilizando um estudo de caso-controle, não conseguimos identificar diferenças de indicadores entomológicos entre casas de indivíduos com alguma arbovirose e de controles. Entretanto, encontramos mosquitos da espécie Aedes aegypti com o vírus chikungunya, sugerindo que esta espécie de mosquito é a responsável pela transmissão deste vírus em Salvador. Por fim, identificamos que determinados criadouros não preferenciais, como bocas-de-lobo, usualmente não vistoriados nas ações de combate ao Aedes aegypti, frequentemente acumulam água em seu interior e por vezes servem de criadouros para mosquitos desta e de outras espécies, potencialmente contribuindo para a ocorrência destas arboviroses no ambiente urbano de Salvador.