Trabalho docente precarizado nas IFES: o caso da pós-graduação em Educação Física no nordeste do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Cunha, Fernando José de Paula
Orientador(a): Taffarel, Celi Nelza Zulke
Banca de defesa: Aveiro, Jorge Fernando Hermida, Silva, Welington Araújo, Santos Júnior, Cláudio de Lira, Antoniazzi, Maria Regina Filgueiras
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Faculdade de Educação
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Educação
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/20021
Resumo: O propósito da presente tese foi investigar como as transformações ocorridas no trabalho docente no âmbito das Universidades Federais, nesse contexto de mudanças operadas pelas políticas educacionais neoliberais, têm ampliado a destruição das forças produtivas dentro da universidade a partir do processo de precarização do trabalho docente calcado no pressuposto do produtivismo acadêmico. Para tanto, utilizamos um estudo de caso partindo do processo do trabalho docente na pós-graduação em Educação Física, na Universidade Federal da Paraíba. Fundamentada no materialismo-histórico-dialético enquanto método e teoria, a pesquisa teve como base as seguintes hipóteses: 1) o trabalho docente foi submetido a um processo de transformação que se caracteriza por uma tendência destrutiva do capital dentro das universidades, ampliando a precarização decorrente do direcionamento aos interesses do livre comércio; 2) os impactos da precarização do trabalho docente, além de estarem assentados nos contratos de trabalhos de forma jurídica, também estão relacionados a outros aspectos, como o aumento da produtividade e dos níveis de exigências institucionais, e a captação da subjetividade dos professores; 3) mesmo considerando que o trabalho docente na atualidade vem sendo montado a serviço do enquadramento do novo tipo de trabalhador demandado pelo capital, na intenção da conformação técnica e ideológica da mundialização da educação, o processo do trabalho traz em si elementos contraditórios que apontam para possibilidades superadoras da precarização do trabalho docente. Por ser um estudo de caso, utilizamos uma abordagem qualitativa com seleção intencional dos sujeitos entrevistados e análise de conteúdo das informações coletadas. As considerações finais, advindas da mediação entre os referenciais teóricos estudados e do estudo de caso com professores da UFPB, têm o objetivo de explicitar que existem evidências de que a crise estrutural do capital vem gerando impacto direto no trabalho, no sentido de mantê-lo subsumido ao capital; e de que a política educacional é mediadora entre os interesses mais gerais de exploração do trabalhador para manter as taxas de lucros e a exploração dos trabalhadores. Os detalhes desse processo podem ser constatados nas medidas adotadas, tanto pelo MEC, como pelas próprias universidades, que reformulam estatutos e regimentos visando a esse processo; o que resulta na intensificação do trabalho docente nas formas do produtivismo e, consequentemente, suas nefastas sequelas na vida dos docentes. Os resultados da pesquisa comprovam que as mudanças estruturais no mundo do trabalho têm seus rebatimentos na subjetividade dos docentes; e que, mesmo que estes percebam a lógica das mudanças estruturais no seu dia a dia, no sentido da mercantilização do ensino, da intensificação do trabalho e do produtivismo acadêmico, a reação a essa lógica não é explicada em suas últimas determinações.