Influência dos ambientes alimentares na mortalidade prematura por doenças cardiovasculares no Brasil.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Victor, Audêncio lattes
Orientador(a): Silva, Rita de Cássia Ribeiro
Banca de defesa: Silva, Rita de Cássia Ribeiro, Ichihara, Maria Yury, Matos, Sheila Maria Alvim de
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGSC-ISC)
Departamento: Instituto de Saúde Coletiva - ISC
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/38023
Resumo: Introdução: As doenças cardiovasculares(DCV) são as principais causas de morte geral e prematura no Brasil e no mundo. Os ambientes alimentares nocivos têm sido apontados como sendo um dos fatores associados a morbimortalidade por DCV, por afetarem as condições de saúde e nutrição das pessoas. Objetivo: Explorar a associação entre ambientes alimentares nocivos e a mortalidade prematura por DCV na população brasileira em 2016. Metodologia: Estudo ecológico transversal, com dados de 5.558 municípios brasileiros. Os dados de mortalidade por DCV foram obtidos do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde. O estudo sobre mapeamento dos desertos alimentares no Brasil desenvolvido pela Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional – CAISAN foi utilizado para avaliar a dimensão física do acesso de alimentos. Foram calculadas astaxas padronizadas de mortalidade prematura geral por DCV e por causas especificas (AVC e IAM) no período analisado. Para caracterizar os ambientes alimentares utilizou-se a densidade de estabelecimentos que comercializam alimentos(in natura e ultra processados) por 10.000 habitantes em tercil. Modelos de regressão binomial negativa brutas e ajustadas foram utilizados para estudar as associações de interesse. Resultados: Após os devidos ajustes), verificou-se que os municípios nos quais havia pouca oferta de alimentos in natura apresentaram maior risco para o aumento da mortalidade de mulheres por infarto ([RT1º tercil 1,08 (1,01-1,15)]. Por outro lado, municípios nos quais havia maior oferta de alimentos ultra processados imprimiam maior risco de morte [RT2º tercil 1,17 (1,12-1,22), RT3º tercil 1,20 (1,14-1,26)] por DCV; [RT2º tercil 1,19 (1,13-1,25), RT3º tercil 1,22 (1,15- 1,30)]por AVC e [RT2º tercil 1,19 (1,12-1,25), RT3º tercil 1,22 (1,13-1,29)] por Infarto. Conclusão: Os nossos achados mostram aumento de risco de mortalidade por DCV, AVC e IAM, em especial, nos municípios nos quais havia maior oferta de alimentos ultra processados; estes são de baixa qualidade nutricional e advindas de sistemas alimentares não sustentáveis. Iniciativas com vistas a minimizar os efeitos destes ambientes são necessárias e urgentes no contexto brasileiro.