Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Silva, Marielson de Carvalho Bispo da |
Orientador(a): |
Santos, José Henrique de Freitas |
Banca de defesa: |
Pinto, Osmundo Santos de Araújo,
Barros, Zenilda dos Santos,
Santos, Mônica Menezes,
França, Denise Carrascosa |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Instituto de Letras da Universidade Federal da Bahia
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Literatura e Cultura
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/31682
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Resumo: |
A tese analisa a trajetória artística, artivista e intelectual da cantora e compositora Angélique Kidjo (1960, Uidá, Benim), marcada por uma produção musical cujas referências simbólicas e materiais de tradição fon e iorubá se relacionam com as diásporas africanas nas Américas em termos culturais e religiosos. Reconhecida internacionalmente desde a década de 1980, quando se autoexilou na França em decorrência da situação política e econômica no Benim, Angélique Kidjo tem uma atuação importante dentro e fora da África, tornando-se uma das mais expressivas e influentes vozes contra o racismo e o colonialismo em torno da ideia de África construída pelo Ocidente. Através da música, a artista beninense aciona e articula discursos afirmativos de inscrição feminina, negra e africana em mais de 38 anos de carreira. Pretende-se discutir a diáspora africana a partir da trilogia musical que Angélique produziu em um período crucial de mudanças estéticas e temáticas em sua vida artística. Oremi (1998), Black Ivory Soul (2002) e Oyaya (2004) são três álbuns que, respectivamente, encruzilham as músicas afrodiaspóricas e africanas em uma rede atlântica que abrange Estados Unidos, Brasil e Caribe. Ao expandir sua dicção e performance nas Américas e incorporá-las a sua criação pela clave da memória e da ancestralidade, Angélique recria uma experiência que desde cedo a formou no Benim: a música negra norte-americana, afro-brasileira e afro-caribenha. Essas tradições se acentuam na trilogia, como ela mesma descreve, em forma de um link com a diáspora, que mostra o quanto o continente africano contribuiu imensamente para a cultura contemporânea no Ocidente a partir do jazz, do blues, do hip hop, da salsa, do reggae, do samba. As textualidades africanas que a música reinscreve nesse contexto resultam produtos interdiscursivos e midiáticos de alcance global, cujas rotas operadas por músicos, intérpretes e produtores reencenam modalidades de recepção, para além das limitações coloniais. Esse repertório entre as margens do Atlântico transcende fronteiras e nos possibilita entender as próprias estratégias e dinâmicas de constituição de seus fluxos e refluxos. Angélique Kidjo promove com seu projeto musical essa discussão sobre tradução cultural na diáspora africana. |