Os processos de inclusão dos alunos com surdocegueira na educação básica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Farias, Sandra Samara Pires
Orientador(a): Galvão, Nelma de Cássia Silva Sandes
Banca de defesa: Bordas, Miguel Angel García, Maia, Shirley Rodrigues, Pimentel, Susana Couto, Galvão Filho, Teófilo Alves
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Faculdade de Educação
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/18190
Resumo: Este trabalho trata dos processos de inclusão dos alunos com surdocegueira congênitos ou adquiridos na tenra idade na Educação Básica. A surdocegueira refere-se à condição do déficit simultâneo da audição e da visão, resultando em uma deficiência singular que ocasiona a privação dos dois sentidos responsáveis pela recepção de informações à distância. O estudo teve como objetivo central investigar as narrativas dos processos educacionais de alunos com surdocegueira, relacionando-as com as garantias dos direitos educacionais na Educação Básica. A abordagem do tema foi perspectivada nas experiências das pessoas com surdocegueira, ouvindo a “voz” desses alunos por meio das narrativas da sua história de vida acadêmica. Participaram desse estudo dois alunos com surdocegueira, dos tipos congênita e adquirida na tenra idade, cursando ou já tendo cursado o ensino médio, em escolas de ensino regular, no estado da Bahia. O estudo constituiu-se como uma pesquisa qualitativa, com abordagem do tipo história de vida, buscando nas narrativas, as memórias dos participantes sobre as suas itinerâncias de inclusão educacional. O instrumento de coleta de dados foi a entrevista narrativa, registrada em filme e desencadeada a partir de uma questão geradora. A análise e discussão dos dados foram organizadas considerando a análise de conteúdos. Os resultados revelaram que: os narradores utilizaram formas de comunicação diferentes e eficientes para o processo de inclusão escolar, a libras e comunicação oral. Ambos utilizaram ainda, com fluência, o sistema de leitura e escrita braille; a participação da família como mediadora da comunicação dos participantes foi fundamental, sendo a mesma estimulada precocemente, em ambos os casos; as informações que os pais levaram para as escolas tratavam da especificidade e variedade da surdocegueira dos seus filhos, dados que contribuíram de forma assertiva para a inclusão escolar, ajudando a nortear os trabalhos que foram desenvolvidos com os alunos com surdocegueira, tanto na sala comum como no atendimento educacional especializado; as famílias imprimiram importância a educação de seus filhos com surdocegueira para que seus objetivos fossem alcançados e quando a escola estava preparada para oferecer o tipo de apoio que a família necessitava, estabelecia-se uma parceria, criando um ambiente amistoso e receptivo; sobre a inclusão na educação infantil, os participantes tiveram caminhos diferenciados, um foi matriculado em escola especial e em classe especial e suas interações se deram com crianças com surdez, enquanto que o outro foi matriculado em escola regular e suas interações foram permeadas pela diversidade de alunos; sobre a inclusão no ensino fundamental e médio, para ambos os narradores ocorreu em escolas de ensino regular, pública e privada; quanto ao atendimento educacional especializado, tanto na esfera privada, como na esfera pública, não foram atendidas as reais necessidades dos alunos com surdocegueira. De maneira geral, percebeu-se que os estudantes foram atendidos de forma fragmentada, não havendo articulação entre os professores do ensino o comum e ensino especial. O estudo, então, demonstra, dentre outros aspectos, a urgente necessidade de formação para os profissionais da sala comum e especial tanto na esfera pública como na privada.