Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Azevedo, Lais Vilasbôas
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Orientador(a): |
Orozco, Rafael Andres Patiño |
Banca de defesa: |
Orozco, Rafael Andres Patiño,
Coelho, Daniel Menezes,
Pontes, Suely Aires,
Santos, Cristiane de Oliveira |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Bahia
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Psicologia (PPGPSI)
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Departamento: |
Instituto de Psicologia
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufba.br/handle/ri/39302
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Resumo: |
Este trabalho empreende uma investigação de processos de luto em decorrência da covid-19. O estudo parte originalmente das observações da pesquisadora em sua inserção na linha de frente assistencial da pandemia enquanto psicóloga hospitalar e, posteriormente, da escuta de enlutados em contexto ambulatorial, através de um Projeto de Extensão ligado à Universidade Federal da Bahia. O encontro das circunstâncias sócio-históricas da Pandemia de Covid-19 no Brasil, juntamente com o contexto das restrições sanitárias, inaugura uma dimensão invisível sobre os cuidados, a terminalidade e a morte nos hospitais. Para compreender tais experiências, fez-se necessário empreender uma leitura interdisciplinar da pandemia, orientada a partir de uma lente teórica que articula a psicanálise e ciências humanas, de onde decantamos a pergunta de pesquisa: como foram experienciados os processos de luto de pessoas que perderam familiares após serem hospitalizados em decorrência da covid-19? Configura-se enquanto um estudo qualitativo e retrospectivo que adota enquanto estratégia metodológica a Construção de Casos Clínicos em psicanálise. Os casos clínicos investigados e os resultados desta pesquisa, refletem que os efeitos da grave crise política, da catástrofe social e da emergência de saúde coletiva da Pandemia de Covid-19 no Brasil, assim como as transformações da morte e do morrer nos hospitais passaram a integrar parte dos elementos da dor dos lutos. Os processos de terminalidade, rituais funerários e/ou de despedida, foram francamente atravessados ou subtraídos e configuram enquanto uma dimensão de acréscimo de sofrimento emocional na vivência dessas perdas, uma vez que foram traduzidos pelos enlutados como experiências de morte indigna. Um sentimento de indignação política e efeitos da midiatização da pandemia, também se destacam e incidem sobre estes lutos. Este estudo sublinha experiências singulares de luto e identifica alguns fenômenos clínicos, que contribuem para a compreensão de suas especificidades e com a relevância da necessidade de cuidados às pessoas que vivenciam essas perdas na atualidade. |