CULTURA E RESISTÊNCIA: O ATIVISMO DO FÓRUM NACIONAL DE PERFORMANCE NEGRA

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Jesus, George Bispo de
Orientador(a): Severino, José Roberto
Banca de defesa: Santos, Leandro de Paula, Cerqueira, Gustavo Melo
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: INSTITUTO DE HUMANIDADE, ARTES E CIÊNCIAS PROFESSOR MILTON SANTOS
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA MULTIDISCIPLINAR DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CULTURA E SOCIEDADE
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/33137
Resumo: Esta dissertação tem como objetivo estudar a participação política acionada pelo ativismo das quatro edições do Fórum Nacional de Performance Negra – 2005, 2006, 2009 e 2015 – identificando as demandas elencadas no período de 2005 a 2015 e como essas contribuíram no debate sobre a ausência de políticas afirmativas no âmbito do Ministério da Cultura. Para tanto, realizou-se pesquisa documental nos arquivos do Fórum, através das transcrições integrais de todas edições, fotos e matérias jornalísticas. Também foram utilizados os documentos fornecidos pela União, através do Portal da Transparência, como Plano de Trabalho, Relatório de Execução e Avaliação e Planilha de dotação orçamentária. Além disso, realizou - se entrevista semiestruturada com o idealizador do movimento. As categorias centrais são lançadas, neste trabalho, para pensar a relação entre o racismo estrutural, o ativismo negro, acionado pela participação e pela disputa de narrativas inclusivas numa dimensão democrática. O evento nasceu da inquietação de duas companhias de teatro brasileiro, o Bando de Teatro Olodum e a carioca Companhia dos Comuns que denunciaram o silenciamento do Estado para com as políticas afirmativas no âmbito cultural. É a partir desse movimento, impulsionado por uma arte com forte marca identitária e reflexão política que as inquietações florescem, desdobrando e se materializando no formato desse movimento de ação coletiva. O Fórum, após quatro edições, se consolida como um espaço político de ativismo e resistência, ultrapassando o debate estritamente estético e performático, tendo como ponto de partida uma reflexão sobre a dimensão sócio racial, que perpassa a exclusão e a violência física e simbólica que população negra continua a ser submetida. Com a ampliação da definição do termo cultura, iniciada no pós-guerra e incorporada nas políticas públicas do Brasil nos últimos anos, foi possível a emergência de movimentos culturais reivindicatórios de uma política cultural mais inclusiva e que represente a diversidade do país, a exemplo do Fórum Nacional de Performance Negra.